23 dezembro 2009

Estradas Vigiadas

Acompanhe o movimento pelas câmeras das estradas do País

SÃO PAULO - Diversas concessionárias disponibilizam câmeras e gráficos para que os usuários acompanhem o movimento nas rodovias em tempo real.

Fonte Último Segundo

Sexo precoce aumenta risco de câncer do colo do útero, diz estudo


Vírus HPV, transmitido sexualmente, causa maior parte dos casos de câncer do colo do útero

Um estudo com 20 mil mulheres revelou uma associação entre a iniciação sexual precoce e índices mais elevados de câncer do colo do útero.

O objetivo da pesquisa era entender por que mulheres mais pobres correm maior risco de desenvolver esse tipo de câncer.

Os especialistas constataram que essas mulheres tendem a iniciar sua vida sexual em média quatro anos antes do que mulheres de classes sociais mais elevadas.

Por conta disso, elas entrariam em contato mais cedo com o vírus que leva ao desenvolvimento do câncer do colo do útero, dando ao vírus mais tempo para produzir a longa cadeia de eventos que, anos mais tarde, levaria ao câncer.

Acreditava-se anteriormente que a disparidade era resultado de baixos índices de controle preventivo em regiões mais pobres.

O estudo, feito pela International Agency for Research on Cancer, parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi publicado na revista científica British Journal of Cancer.

Sem explicação

Embora a diferença na incidência do câncer do colo do útero entre ricos e pobres - verificada em todo o mundo - tenha sido constatada há muitos anos, os cientistas não sabiam explicá-la.

Especialmente porque os índices de infecção pelo vírus HPV (sigla inglesa para papiloma vírus humano) - uma infecção transmitida sexualmente que é responsável pela maioria dos casos de câncer do colo do útero - pareciam ser semelhantes em todos os grupos.

O estudo confirmou que os índices mais altos de câncer do colo do útero não estavam associados à maior incidência de infecção pelo HPV.

O que a pesquisa revelou foi que o risco, duas vezes mais alto, é explicado pelo fato de que mulheres mais pobres iniciam sua vida sexual mais cedo.

A idade em que uma mulher tem seu primeiro filho também pareceu ser um fator importante.

O estudo revelou que exames preventivos, como o Papa Nicolau, exercem um certo efeito sobre o nível de risco.

Mas o número de parceiros sexuais que uma mulher tem, e o hábito de fumar, não pareceram interferir nos resultados.

Tempo

A responsável pelo estudo, Silvia Franceschi, disse que os resultados não se aplicam apenas a jovens adolescentes. Por exemplo, o risco de desenvolver câncer do colo do útero também é maior em mulheres que tiveram sua primeira relação sexual aos 20 ao invés dos 25 anos.

"No nosso estudo, mulheres mais pobres se tornaram sexualmente ativas em média quatro anos antes".

"Então, elas também podem ter sido infectadas pelo HPV mais cedo, dando ao vírus mais tempo para realizar a longa sequência de eventos que são necessários para o desenvolvimento do câncer".

A representante da entidade britânica de pesquisas sobre o câncer Cancer Research UK, Lesley Walker, disse que o estudo levanta questões importantes.

"Embora mulheres possam ser infectadas pelo HPV a qualquer idade, a infecção em idade menor pode ser especialmente perigosa, já que (o vírus) tem mais tempo para causar os danos que levam ao câncer".

"Os resultados parecem reforçar a necessidade de vacinação contra o HPV em escolas, antes que (as meninas) comecem a ter relações sexuais, especialmente entre meninas de áreas mais pobres".

Fonte BBC Brasil

Nota: A ciência a serviço da Bíblia. Ao estudarmos Gênesis 2, percebemos o seguinte:

- Deus criou o homem. Verso 7.

- Deus deu a ele uma casa. Verso 8.

- Deus deu ao homem trabalho. Verso 15.

- Só depois foi que Deus deu ao homem uma esposa. Verso 18.

Se todo homem e mulher seguissem esse exemplo, vejamos como seria:

- Idade mínima para introduzir a criança na escola é de 6 anos.

- 8 anos até terminarem o primeiro grau. A criança, agora adolescente, estaria com 14 anos.

- 3 anos até terminar o segundo grau. O jovem estaria com 17 anos.

- 4 anos ou mais para terminar um curso superior. O jovem estaria com 21 anos ou mais.

- 4 anos para trabalhar, estabilizar-se e contrair família. O Jovem estaria com 25 anos ou mais. Essa é a idade recomendada pelos cientistas do estudo acima para as mulheres iniciarem sua vida sexual, isso após o casamento, como ensinado na Bíblia.

Perceba que seguir o Pano Divino é mais saudável e a felicidade viria com mais facilidade. Mas o que percebemos hoje é justamente ao contrário. Os jovens iniciam sua vida sexual antes do casamento, dessa forma começa sua vida a dois mais cedo; os filhos chegam mais cedo, é criança educando criança; sofrem por não haverem terminado os estudos, consequentemente estão desempregados, sendo obrigados a viverem com os pais; o resultado disso é que mais de 50% de relacionamentos que iniciam dessa forma terminam antes do esperado.

A Bíblia nunca erra. Deus não escreve certo por linhas tortas, Ele escreve certo por linhas certas, somos nós que entortamos, e a conseqüência disso é a dor e o sofrimento, e agora, de acordo com a ciência, o câncer. [HR]

Livro lançado na Espanha reúne piadas sobre religiões


Livro é coletânea de histórias humorísticas sobre várias religiões

Um livro lançado na Espanha por uma fundação ligada ao Ministério da Justiça mistura dois elementos que, juntos, têm alto teor explosivo: humor e religião.

La Sonrisa Divina ("O Sorriso Divino", em tradução livre) traz piadas e charges que fazem graça com dogmas católicos, muçulmanos, judeus, maoístas, hinduístas, ateus e evangélicos.

Co-produzido pela Unesco, o livro tem o objetivo de promover o exercício da liberdade religiosa como forma de integração social.

São mais de cem piadas com ilustrações do cartunista espanhol José Luis Martín onde Deus, o profeta Maomé ou Buda são mostrados tentando explicar os erros da sociedade ou em que fiéis e líderes religiosos riem de si mesmos.

Apesar da sensibilidade da tema, o Ministério da Justiça espanhol não teme ser alvo das mesmas ameaças de agressão sofridas em 2005 pelo jornal dinamarquês Jyllands Posten, que publicou uma charge sobre Maomé que causou protestos - muitos deles violentos - da comunidade muçulmana em vários países.

"Não há uma só piada que ridicularize ninguém. O que aparece no livro é uma seleção de histórias escolhidas pelos próprios praticantes dessas religiões", disse à BBC Brasil a assessoria de imprensa da Fundação Pluralismo e Convivência, órgão que pertence ao ministério e edita o livro.

Mesa de bar

Segundo a fundação, a ideia de publicar O Sorriso Divino surgiu em uma conversa em mesa de bar durante um congresso de religiosos na Espanha.

De forma espontânea, os representantes de diversas religiões começaram com a brincadeira de contar piadas, cada um sobre sua própria congregação.

Deste encontro, surgiram histórias que abordam com humor os principais tópicos sobre católicos, judeus, muçulmanos, evangélicos e até praticantes da Cientologia.

Sobre o judaísmo há piadas como a de um filho que pergunta ao pai:- O que é a ética?

O pai, comerciante judeu responde: - Vou te explicar, filho. É o seguinte; imagina que uma cliente entra na nossa loja, compra uma calça que custa 50 euros, mas na hora de pagar, se engana, me dá uma nota de 100 euros e vai embora.

- A ética é: conto isso ao meu sócio ou não?

Os católicos são alvo de uma piada que começa com três sacerdotes conversando sobre o problema da invasão de morcegos nas naves de suas igrejas.

O primeiro disse que pegou uma espingarda, atirou nos bichos, mas não acertou em nenhum e ainda ficou com as paredes esburacadas.

O segundo afirmou que botou veneno, espantou os morcegos, mas eles acabaram voltando mais tarde.

Já o terceiro disse rindo: - Eu achei a solução. Batizei todos, os obriguei a ser fiéis e a pagar o dízimo. Nunca mais voltaram!

Para deixar clara sua intenção de tentar usar o humor como fator de integração, o livro é introduzido por textos escritos por teólogos e representantes da Unesco dizendo que o humor é uma ferramenta de autocrítica e que as piadas contadas sem crueldade podem servir para despertar o diálogo e a tolerância.

Fonte BBC Brasil

Nota: Não sou daqueles que acredita que Deus não se alegra, pelo contrário, acredito que Deus é um ser amorável e se satisfaz com filhos que o servem dignamente. Contudo, um livro dessa natureza e que nasceu em uma mesa de bar, só coloca a religião dentro dos padrões mundanos, fortalecendo a ideia de que Deus é uma invenção do ser humano. Satanás exulta com o lançamento desse tipo de livro. Mas como Deus concedeu o livre arbítrio a cada um, todos nós somos livres, mas cada um dará contas de si mesmo diante de Deus.

22 dezembro 2009

ELLEN WHITE E O NATAL


Estive lendo alguns artigos publicados em alguns blogs e sites adventistas e, confesso, achei que alguns foram ao extremo condenando o natal em todas as suas formas, em contraste, outros são tão liberais que até parece a igreja romana defendendo o domingo, dia do deus sol, como dia do Senhor Jesus que é o Sol da Justiça. Alguns demonstraram certo equilíbrio. Uma vez que a Bíblia não nos informa a data do nascimento do Salvador e não existe nenhuma orientação sobre assunto, mas apenas um período provável de meses que pode ter ocorrido, resolvi preparar um artigo sobre o que Ellen White nos diz sobre o Natal. As citações dela estão entre aspas e em itálico e os meus comentários entre colchetes.

“Nossos aniversários, Natal e festas do Dia de Ações de Graças, são não raro devotados a satisfações egoístas, quando a mente devia ser dirigida para a amorável bondade e misericórdia de Deus. É desagradável ao Senhor que Sua bondade, Seu constante cuidado, Seu incessante amor, não sejam trazidos à mente nas ocasiões de aniversário”. Review and Herald, 23 de dezembro de 1890.

As sugestões de Satanás são executadas em muitas, muitas coisas. Nossos aniversários natalícios e festas de Natal e de Ações de Graça freqüentemente são devotados à satisfação do eu, quando a mente devia ser dirigida para a misericórdia e a amorável benignidade de Deus. Deus Se desagrada de que Sua bondade, Seu constante cuidado, Seu incessante amor não sejam trazidos à lembrança nessas ocasiões de aniversário.

“Se todo o dinheiro usado extravagantemente, para coisas desnecessárias, fosse colocado no tesouro de Deus, veríamos homens, mulheres e jovens entregarem-se a Jesus e fazerem sua parte para cooperar com Cristo e os anjos. As mais ricas bênçãos de Deus adviriam às nossas igrejas, e muitas almas se converteriam à verdade”. Review and Herald, 23 de dezembro de 1890.

[Estes conselhos nos advertem para não utilizarmos o Natal para satisfação egoísta, voltada para o eu, advertindo-nos sobre o consumismo que se desencadeia nesta época de plena satisfação dos desejos carnais.]

“Não somente nos aniversários devem pais e filhos lembrar-se das misericórdias do Senhor de uma maneira especial, mas também devem o Natal e o Ano Novo ser ocasiões em que toda a casa se deve lembrar do seu Criador e Redentor. Em vez de dedicar dádivas e ofertas com tanta abundância a objetos humanos, reverência, honra e gratidão devem ser prestadas a Deus, fazendo-se com que dádivas e ofertas fluam para o conduto divino. Não Se agradaria o Senhor de que dEle nos lembrássemos assim? Oh, como Deus tem sido esquecido nessas ocasiões! ...” Conselhos Sobre Mordomia, Pág. 297

“Tenho dito a minha família e meus amigos: É meu desejo que ninguém me dê presentes de aniversário ou de Natal, a não ser com a permissão de transferi-los ao tesouro do Senhor, para serem usados no estabelecimento de Missões.” Review and Herald, 27 de dezembro de 1906.

[Embora a Igreja Adventista tenha crescido grandemente desde seu surgimento até a presente data, precisamos voltar os olhos para os diversos campos de pregação espalhados pelo mundo onde faltam recursos para alavancar a obra que sido negligenciada. Se todos os membros da Igreja Adventista no mundo fossem orientados para neste período, ao invés de gastarem recursos para satisfazerem o apetite e a vaidade, dá uma oferta de gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas durante todo o ano, a obra alcançaria resultados esplêndidos.]

“'Aproxima-se o Nata’, eis a nota que soa através do mundo, de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Para os jovens, de idade imatura, e mesmo para os de mais idade, é este um período de alegria geral, de grande regozijo. Mas o que é o Natal, que assim exige tão grande atenção? ...

“O dia 25 de dezembro é supostamente o dia do nascimento de Jesus Cristo, e sua observância tem-se tornado costumeira e popular. Entretanto não há certeza de que se esteja guardando o verdadeiro dia do nascimento de nosso Salvador. A História não nos dá certeza absoluta disto. A Bíblia não nos informa a data precisa. Se o Senhor tivesse considerado este conhecimento essencial para a nossa salvação, Ele Se teria pronunciado através de Seus profetas e apóstolos, para que pudéssemos saber tudo a respeito do assunto. Mas o silêncio das Escrituras sobre este ponto dá-nos a evidência de que ele nos foi ocultado por razões as mais sábias.

“Em Sua sabedoria o Senhor ocultou o lugar onde sepultou Moisés. Deus o sepultou e Deus o ressuscitou e o levou para o Céu. Este procedimento visava prevenir a idolatria. Aquele contra quem se haviam rebelado quando estava em serviço ativo, a quem haviam provocado quase além dos limites da resistência humana, era quase adorado como Deus depois de separado deles pela morte. Pela mesma razão é que Ele ocultou o dia preciso do nascimento de Cristo, para que o dia não recebesse a honra que devia ser dada a Cristo como Redentor do mundo - Aquele que deve ser recebido, em quem se deve crer e confiar como Aquele que pode salvar perfeitamente todos os que a Ele vêm. A adoração da alma deve ser prestada a Jesus como o Filho do infinito Deus.” Review and Herald, 9 de dezembro de 1884.

[Deus não deixou claro em Sua palavra a data de nascimento de Seu Filho, esse ato deve nos mostrar algo muito importante que só a sabedoria de Deus poderá nos revelar algum dia. Mas uma coisa é certa: Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Ao lermos Lucas 1:26-27 teremos uma pequena luz quanto ao possível mês do nascimento do Mestre. “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria.” Foi no sexto mês do calendário judaico que Gabriel avisou Maria que a mesma se encontrava grávida pelo poder do Espírito Santo; Isabel, prima de Maria, estava no sexto mês, grávida de João Batista. Verso 36. Alguns dias depois Maria foi visitar Isabel e o pequeno João Batista saltou em seu ventre, então Isabel declarou que Maria estava grávida. Versos 39-45. O sexto mês no calendário judaico é equivalente ao mês de setembro em nosso calendário, então se levarmos em conta o período de nove meses de gestação de Maria, isso levaria o nascimento de Jesus ao mês de junho; não podemos afirmar com precisão que esse seria o mês exato, podendo ter acontecido um ou dois meses antes ou depois, isso no leva à provável suposição de que Jesus nasceu entre o mês de abril a agosto, mas nunca dezembro.]

[Vinte e cinco de dezembro é aniversário de vários deuses no paganismo. Tamuz, Sol, etc. O Sol era o maior deus considerado pelos pagãos. A Igreja Romana escolheu essa data para não causar impacto nos adoradores do sol que se converteram ao cristianismo, assim como adotou o culto a Maria em substituição ao da deusa Cibele, e outras deusas do paganismo foram substituídas por santas.]

“Sendo que o dia 25 de dezembro é observado em comemoração do nascimento de Cristo, e sendo que as crianças têm sido instruídas por preceito e exemplo que este foi indubitavelmente um dia de alegria e regozijo, será difícil passar por alto este período sem lhe dar alguma atenção. Ele pode ser utilizado para um bom propósito.

“A juventude deve ser tratada com muito cuidado. Não devem ser deixados no Natal a buscar seus próprios divertimentos em prazeres vãos, em diversões que lhes rebaixarão a espiritualidade. Os pais podem controlar esta questão voltando a mente e as ofertas dos filhos para Deus e Sua causa e a salvação de almas.

“O desejo de divertimentos, em vez de ser contido e arbitrariamente sufocado, deve ser controlado e dirigido mediante paciente esforço da parte dos pais. Seu desejo de dar presentes deve ser levado através de puros e santos canais e feitos resultar em bênção ao nosso próximo graças à manutenção do tesouro na grande e ampla obra para a qual Cristo veio ao mundo. Abnegação e espírito de sacrifício assinalaram Sua conduta. Seja isto também o que assinale os que professam amar a Jesus, porque nEle está centralizada nossa esperança de vida eterna.” Review and Herald, 9 de dezembro de 1884.

[Apesar de Jesus não haver nascido no dia 25 de dezembro, data que tem fortes ligações com o paganismo, não seria errado, nem pecado, usar esta data para propagar a mensagem de salvação, como fazemos com a Semana Santa. Mas tudo deveriam ser feito com cautela e longe dos padrões mundanos. Os jovens e crianças devem ser ensinados a separarem uma oferta especial para a obra de Deus e ajuda ao próximo, mas nunca serem ensinados nos costumes que o mundo usa neste período. O Mutirão de Natal é uma boa opção, mas apenas cumpre parte do trabalho, devemos fazer também uma campanha que estimule os membros a doarem uma oferta para a obra de Deus, que muito precisa. Muitos acreditam que os dízimos são suficientes para sustentar a obra, esse pensamento demonstra egoísmo e amor ao dinheiro. Se a igreja fosse liberal em suas ofertas como é no dízimo, cidades onde há somente uma igreja, haveria dezenas, e lugares onde não há nenhuma, a mensagem da Verdade Presente já teria alcançado milhares de pessoas. É o egoísmo que tem impedido a obra de Deus de crescer. O que vemos é um dos enganos de Satanás, pois enquanto centenas de igrejas exploram seus fiéis, tirando até o que eles não têm para propagar um falso evangelho, Satanás leva os membros da Igreja Verdadeira a amarem mais o dinheiro do que a Deus, assim ele propaga o engano e trava a verdade. Muitos ainda usam as suspeitas sobre os líderes da Igreja para justificar seu egoísmo. Mero engano. Pode até haver erros, não digo que não existam, pois são homens, mas um pecado não justifica outro.]

“As festas estão chegando rapidamente com sua troca de presentes, e jovens e idosos estão estudando intensamente o que poderão dar a seus amigos como sinal de afetuosa lembrança. É agradável receber um presente, mesmo simples, daqueles a quem amamos. É uma afirmação de que não estamos esquecidos, e parece ligar-nos a eles mais intimamente. ...

“Está certo concedermos a outros demonstrações de amor e afeto, se em assim fazendo não esquecemos a Deus, nosso melhor amigo. Devemos dar nossos presentes de tal maneira que se provem um real benefício ao que recebe. Eu recomendaria determinados livros que fossem um auxílio na compreensão da Palavra de Deus ou que aumentem nosso amor por seus preceitos. Provede algo para ser lido durante esses longos serões de inverno.” Review and Herald, 26 de dezembro de 1882.

“Há muitos que não têm livros e publicações sobre a verdade presente. Aqui está um grande campo onde o dinheiro pode ser investido com segurança. Há grande número de crianças que pode ser suprido com leitura. The Sunshine Series, Golden Grains Series, Poems, Sabbath Readings, etc., são todos livros preciosos e podem ser introduzidos seguramente em cada família. As pequenas quantias gastas em guloseimas e brinquedos inúteis podem ser acumuladas e com isto comprar esses volumes. ...

“Os que desejarem fazer caros presentes a seus filhos, netos, sobrinhos, procurem para eles os livros acima mencionados. Para os jovens a Vida de José Bates é um tesouro; também os três volumes de O Espírito de Profecia. Esses volumes podem ser levados a cada família na Terra. Deus está dando a luz do Céu, e nenhuma família deve ficar sem ela.

“Sejam os presentes que façais, da espécie que espalhe raios de luz sobre o caminho que conduz ao Céu.” Review and Herald, 11 de dezembro de 1879.

[O conselho aqui é o seguinte: Queres dá algum presente para um familiar ou amigo neste fim de ano, então presenteie seu familiar ou amigo com alimento espiritual: livros, lição de escola sabatina, etc. Não dê nada que satisfaça o eu.]

“Irmãos e irmãs, enquanto estais planejando dar presentes uns aos outros, desejo lembrar-vos nosso Amigo celestial, para que não passeis por alto Suas reivindicações. Ele Se agradará se mostrarmos que não O esquecemos. Jesus, o Príncipe da vida, deu tudo a fim de pôr a salvação ao nosso alcance. ... Ele sofreu mesmo até à morte, para que nos pudesse dar a vida eterna.

“É por meio de Cristo que recebemos todas as bênçãos. ... Não deve nosso Benfeitor celestial participar das provas de nossa gratidão e amor? Vinde, irmãos e irmãs, vinde com vossos filhos, mesmo os bebês em vossos braços, e trazei ofertas a Deus, segundo vossas possibilidades. Cantai ao Senhor em vosso coração, e esteja em vossos lábios o Seu louvor.” Review and Herald, 26 de dezembro de 1882.

[Aqui é reafirmado a oferta de gratidão a Deus no final de cada ano.]

“Pelo mundo os feriados são passados em frivolidades e extravagância, glutonaria e ostentação. ... Milhares de dólares serão gastos de modo pior do que se fossem lançados fora, no próximo Natal e Ano Novo, em condescendências desnecessárias. Mas temos o privilégio de afastar-nos dos costumes e práticas desta época degenerada; e em vez de gastar meios meramente na satisfação do apetite, ou com ornamentos desnecessários ou artigos de vestuário, podemos tornar as festividades vindouras uma ocasião para honrar e glorificar a Deus.” Review and Herald, 11 de dezembro de 1879.

[Aqui é condenado os gastos inúteis neste período com ornamentos de natal, satisfação do apetite nas ceias aquisição de vestuários caros, etc. Alguns podem argumentar que ela escreveu para sua época, pois a igreja estava enfrentando sérias necessidades financeiras em seu início, mas eu pergunto: a igreja hoje está rica, possuindo de sobra? Claro que não. Sabemos das dificuldades financeiras que o mundo enfrenta e que também atinge a igreja, e, embora que houvesse dinheiro de sobra, afirmo que mesmo assim isso não nos daria o direito de satisfazer o nosso próprio eu enquanto milhares enfrentam a miséria e a fome no mundo. Será que achamos que o simples fato de fazermos doações de algumas cestas básicas, isso nos dá o direito de agora saciar o nosso ego? Pense nisso: Se todo o dinheiro gasto com esses costumes fosse revertido para ajudar o próximo, não estaríamos cumprindo a missão que Deus nos confiou? Eu acredito que o natal e o ano novo, assim como a Semana Santa, seriam realmente as melhores datas para testemunharmos do amor de Deus, praticando a abnegação.]

“Há muita coisa que pode ser planejada com gosto e muito menos dispêndio do que os desnecessários presentes que são tão freqüentemente oferecidos a nossos filhos e parentes, podendo assim ser mostrada cortesia e a felicidade ser levada ao lar.

“Podeis ensinar uma lição a vossos filhos enquanto lhes explicais a razão por que tendes feito uma mudança no valor de seus presentes, dizendo-lhes que estais convencidos de que tendes até então considerado o prazer deles mais que a glória de Deus. Dizei-lhes que tendes pensado mais em vosso próprio prazer e satisfação deles e de manter-vos em harmonia com os costumes e tradições do mundo, em dar presentes aos que deles não necessitam, do que em ajudar ao progresso da causa de Deus. Como os magos do passado, podeis oferecer a Deus vossos melhores dons e mostrar por vossas ofertas a Ele que apreciais Seu dom por um mundo pecaminoso. Levai os pensamentos de vossos filhos através de um canal novo, altruístico, incitando-os a apresentar ofertas a Deus pelo dom do Seu Unigênito Filho.” Review and Herald, 13 de novembro de 1894.

[Aqui é reafirmado a recusa em satisfazer o eu e colocar em primeiro lugar a obra de Deus e ao próximo.]

“Deus muito Se alegraria se no Natal cada igreja tivesse uma árvore de Natal sobre a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para essas casas de culto. Têm chegado a nós cartas com a interrogação: Devemos ter árvores de Natal? Não seria isto acompanhar o mundo? Respondemos: Podeis fazê-lo à semelhança do mundo, se tiverdes disposição para isto, ou podeis fazê-lo muito diferente. Não há particular pecado em selecionar um fragrante pinheiro e pô-lo em nossas igrejas, mas o pecado está no motivo que induz à ação e no uso que é feito dos presentes postos na árvore.

“A árvore pode ser tão alta e seus ramos tão vastos quanto o requeiram a ocasião; mas os seus galhos estejam carregados com o fruto de ouro e prata de vossa beneficência, e apresentai isto a Deus como vosso presente de Natal. Sejam vossas doações santificadas pela oração.” Review and Herald, 11 de dezembro de 1879.

[Muitos utilizam essa passagem para justificar o uso de uma árvore de natal. Contudo, Ellen White está aqui nos mostrando outro sentido para a árvore de natal. Devemos ver o contexto em que ela foi proferida. Árvore de natal aqui seria utilizada para recolher donativos e ofertas para obras de construção existentes na época, veja a citação: “árvore de Natal sobre a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para essas casas de culto”. Devendo fugir da orientação do mundo que é usada como ornamento para exaltar o deus do consumo. Preste atenção no texto: “Não seria isto acompanhar o mundo? Respondemos: Podeis fazê-lo à semelhança do mundo, se tiverdes disposição para isto, ou podeis fazê-lo muito diferente. Não há particular pecado em selecionar um fragrante pinheiro e pô-lo em nossas igrejas, mas o pecado está no motivo que induz à ação e no uso que é feito dos presentes postos na árvore.” O motivo da árvore de natal no contexto seria arrecadar ofertas para construção de igrejas e pregação do evangelho. Se esse foi o motivo da árvore de natal em sua igreja ou em sua casa, parabéns. Se não, reveja seus conceitos.]

“Não devem os pais adotar a posição de que uma árvore de Natal posta na igreja para alegrar os alunos da Escola Sabatina seja pecado, pois pode ela ser uma grande bênção. Ponde-lhes diante do espírito objetos benevolentes. Em nenhum caso o mero divertimento deve ser o objetivo dessas reuniões. Conquanto possa haver alguns que transformarão essas reuniões em ocasiões de descuidada leviandade, e cujo espírito não recebeu as impressões divinas, outros espíritos e caracteres há para quem essas reuniões serão altamente benéficas. Estou plenamente convicta de que inocentes substitutos podem ser providos para muitas reuniões que desmoralizam.” Review and Herald, 9 de dezembro de 1884.

[Aqui está se referindo ao mesmo princípio exposto acima. Uma árvore de natal com ofertas missionárias. Se assim for, está dentro do conselho, se não, reveja seus conceitos. Leia o texto no livro O Lar Adventista, pág. 482, e veja o subtítulo dos editores do livro antes do texto.]

“As festividades de Natal e Ano Novo podem e devem ser celebradas em favor dos necessitados. Deus é glorificado quando ajudamos os necessitados que têm família grande para sustentar.” Manuscrito 13, 1896.

[Aqui é reafirmado o conselho de usar o natal para ajudar os necessitados.]

“Não vos levantaríeis, meus irmãos e irmãs cristãos, cingindo-vos a vós mesmos para o dever no temor do Senhor, procurando arranjar este assunto de tal maneira que não seja árido e desinteressante, mas repleto de inocente prazer que leve o sinete do Céu? Eu sei que a classe pobre responderá a estas sugestões. Os mais ricos também devem mostrar interesse e apresentar seus donativos e ofertas proporcionalmente aos meios que Deus lhes confiou. Que se registrem nos livros do Céu um Natal como jamais houve em virtude dos donativos que forem dados para o sustento da obra de Deus e o reerguimento do Seu Reino.” Review and Herald, 9 de dezembro de 1884.

[Aqui é reafirmado que um natal dentro dos princípios expostos aqui, seria um natal para glorificar a Deus, testemunhando de seu amor e cuidado com os pobres.]

“Lembremo-nos de que o Natal é celebrado em comemoração do nascimento do Redentor do mundo. Este dia é geralmente gasto em festas e glutonaria. Grandes somas de dinheiro são gastas em desnecessárias condescendências pessoais. O apetite e os prazeres sensuais são satisfeitos a expensas da força física, mental e moral. Todavia, isto se tornou um hábito. O orgulho, a moda e a satisfação do paladar têm tragado imensas quantias que a ninguém, em verdade, beneficiaram, mas animaram uma prodigalidade de meios desagradável a Deus. Esses dias são passados mais em glorificar ao próprio eu do que ao Senhor. A saúde tem sido sacrificada, o dinheiro, pior do que se fosse jogado fora; muitos têm perdido a vida mediante o excesso de comidas ou a desmoralizadora dissipação, e almas se têm assim perdido.

“Deus seria glorificado por Seus filhos caso tivessem prazer num regime de simplicidade, empregando os meios a eles confiados em levar para Seu tesouro ofertas, pequenas e grandes, a fim de serem usadas em mandar a luz da verdade a almas que se encontram nas trevas do erro. Ao coração das viúvas e dos órfãos pode ser levado o regozijo com as dádivas que lhes acrescentarão algum conforto, saciando-lhes a fome.” Mensagens Aos Jovens, 311.

[Aqui é confirmado todo o conteúdo exposto no artigo.]

Hilton Robson
Resta Uma Esperança

O que o fracasso da reunião de cúpula em Copenhague nos ensina?


Embora o aquecimento global tenha se mostrado um pretexto para impor leis que venham limitar a liberdade das pessoas, não podemos negar que o planeta está enfrentando um grande número de desastres naturais como nunca antes registrado na história, se o homem tem contribuído em pouco ou em muito para isso, ainda não temos certeza, mesmo por que há divergências entre os cientistas quanto a esse assunto.

Os anjos de Deus estão segurando os ventos da destruição deste planeta (Apocalipse 7: 1-3) até que os Seus servos sejam selados, assim também como os servos de Satanás (Apocalipse 13: 16-17). Esse selamento ainda não terminou e - até que o último servo de Deus receba o selo - os desastres irão aumentar, impressionando o mundo para tomar uma decisão, seja ao lado da Verdade ou ao lado da mentira. Como disse Jesus a respeito deste momento em que vivemos: "é apenas o princípio das dores" Mateus 24: 8. Esses "pequenos desastres" não poderão ser em nada comparado com o que virá após cada um tomar sua decisão, a destruição alcançará o mundo quando os filhos de Deus forem selados.

O que estamos enfrentando é um pequeno tempo de angústia antes que saia o decreto, leia:

Na página 33 [de Primeiros Escritos] é dito o seguinte: "... Ao início do tempo de angústia fomos cheios do Espírito Santo ao sairmos para proclamar o sábado mais amplamente." Esta visão foi dada em 1847, quando havia apenas poucos dentre os irmãos do advento observando o sábado, e desses somente uns poucos supunham que sua observância era de suficiente importância para constituir uma linha de separação entre o povo de Deus e os incrédulos. Agora o cumprimento desta visão está começando a ser visto. O "início do tempo de angústia" ali mencionado, não se refere ao tempo em que as pragas começarão a ser derramadas, mas a um breve período, pouco antes, enquanto Cristo está no santuário. Nesse tempo, enquanto a obra de salvação está se encerrando, tribulações virão sobre a Terra, e as nações ficarão iradas, embora contidas para não impedir a obra do terceiro anjo. Eventos Finais, pág. 143.

A falta de um consenso em Copenhaque nos mostra que maiores desastres virão, e impressionarão o mundo a tomar medidas mais sérias, medidas que se fossem tomadas agora não teria o efeito desejado. Os boatos que envolveram Copenhague, a divulgação de e-mails que, supostamente, demonstravam que cientistas ligados a ONU haviam falsificado dados para provocar sensacionalismo, contribuíram para esse fracasso. Como afirmou Paulo: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente, para o bem daqueles que amam a Deus”. Romanos 8:28. Portanto, Deus está concedendo à sua Igreja, aos seus amados filhos, tempo para se prepararem, pois grandes lutas virão. O mal está apenas se avolumando, quando a ele for permitido agir, precisamos está com a espada em punho.

Conclusão

Deus está no controle. Ele só permitirá o cumprimento da profecia quando ver, em Sua Igreja, pessoas preparadas, pois o Alto Clamor deverá ser realizado por pessoas que não temerão Satanás, e para isso deverão ter recebido a Chuva Serôdia. Isso nos mostra que ainda temos parte do caminho a percorrer.

Quero aqui deixar claro mais um vez que, o fato da ecologia está sendo pretexto de alguns para restringir a liberdade, não significa que temos que nos colocar contra a ecologia, pelo contrário, como filhos de Deus, a Quem chamados de Criador, então devemos proteger a criação de nosso Pai. Todo cristão tem o dever de proteger o meu ambiente.

Hilton Robson
Resta Uma Esperança

Frio e neve deixam mais de 80 mortos na Europa


RIO - Mais de 80 pessoas morreram devido a uma onda de temperaturas abaixo de zero e tempestades de neve que varreu a Europa nos últimos dias, causando engarrafamentos e atrasos que afetaram milhões.

Na Polônia, pelo menos 42 pessoas tiveram mortes relacionadas ao frio nos últimos três dias, enquanto na Ucrânia este número chegou a 27. Outras 13 pessoas morreram em acidentes automobilísticos na Áustria, Finlândia e Alemanha, onde as temperaturas chegaram a 33 graus negativos;.

A polícia polonesa fez um apelo para que as pessoas ajudem sem-teto ou pessoas embriagadas que estejam nas ruas, já que, em alguns lugares do país, as temperaturas chegaram a 20 graus abaixo de zero.

Segundo as autoridades do país, a maior parte das 42 pessoas que morreram de frio nos últimos dias era de sem-teto. Também foram registradas mortes relacionadas ao frio na França, onde dois moradores de rua morreram.

Nevascas atingiram a Costa Leste dos Estados Unidos, com dez mortes registradas, e cidades decretaram emergência.

Um trem Eurostar, que une o Reino Unido e a França pelo Canal da Mancha, partiu nesta terça da estação Gare du Nord em Paris, o primeiro desde que o serviço foi suspenso no fim de semana pela neve. O trem das 8h09m (horário local) partiu da estação com cerca de mil passageiros.

O Eurostar, propriedade das companhias ferroviárias estatais francesa e belga e do Reino Unido, cancelou todas as viagens durante três dias seguidos depois de cerca de 2.500 pessoas terem ficado no sábado presas por dezesseis horas no túnel debaixo do Canal da Mancha.

O operador ferroviário tinha se comprometido a reiniciar um serviço limitado nesta terça dando prioridade aos passageiros que tinham boletos correspondentes ao sábado e domingo.

Cinco trens com dois mil passageiros pararam de funcionar na noite da última sexta-feira dentro do Eurotúnel, que liga a Inglaterra à França. Um sexto trem quebrou no sábado depois que o Eurostar tentou colocar em circulação quatro trens partindo de Londres para testar a normalização dos serviços. Cerca de 700 pessoas estavam a bordo quando a composição parou na região de Kent, no sudeste da Inglaterra.

Os passageiros afetados podem recuperar o dinheiro das passagens, retirar um novo bilhete, além de uma compensação. Cerca de 25 mil pessoas deveriam ter viajado no sábado, de acordo com a companhia.

- É um pouco como tirar uma garrafa de cerveja do congelador e levar para uma sala quente. Em poucos minutos, ela condensará - disse o CEO da Eurostar Richard Brown. - Acreditamos que esta foi a principal causa dos problemas elétricos.

Ele afirmou que o número de trens quebrados é "sem precedentes".

Na Alemanha, o frio da madrugada de sábado atingiu 33,6 ºC na cidade de Funtense, na Baviera. Duas mulheres morreram em acidentes de carro separados por causa do gelo. Os acidentes ocorreram em Schleswig-Holstein, norte alemão. Na maioria das grandes cidades, a temperatura ficou em volta dos 10 ºC negativos.

Vinte e nove pessoas morreram congeladas na Polônia no sábado e no domingo, com temperaturas que chegaram aos 20 ºC negativos em algumas partes do país, informou a polícia, que pediu à população que avise se vir desabrigados ou bêbados nas ruas, num esforço para diminuir o números de mortes por frio que ocorrem todos os invernos. Desde o início de dezembro, 47 pessoas morreram congeladas em todo o país.

Na França, a madrugada de domingo foi uma das mais frias do ano, com 24 ºC negativos no norte do país. Dois desempregados foram encontrados mortos, um na região de Arras e outro em Marselha.

Já nos Estados Unidos, as nevascas interromperam os serviços de transporte público, levaram as empresas a cancelarem voos e dificultaram as compras de Natal um fim de semana antes do feriado. Cerca de 56 centímetros de neve eram esperados para cair na noite de sábado na região de Baltimore e Washington. Essa é a pior tempestade de neve a atingir a área desde fevereiro de 2003. O mau tempo avançou para o norte.

Os voos foram cancelados nos três principais aeroportos da região da capital Washington antes que dois deles - Reagan e BWI - foram fechados até a manhã de sexta. Atrasos e cancelamentos também foram registrados no aeroporto internacional da Filadélfia.

Em Washington, os serviços de metrô e ônibus foram suspensos porque as ruas estavam intransitáveis.

A nevasca chegou a Nova Iorque na noite de sábado, o que foi um alívio para os comerciantes que receberam clientes para compras de Natal durante o dia.

Nenhum aeroporto foi fechado, mas as empresas aéreas cancelaram diversos voos, até alguns que já haviam partido. As viagens de trem sofreram grandes atrasos. O metrô continuou funcionando. O Serviço Nacional de Metereologia divulgou um aviso de tempestade com ventos de fortes e muita neve em Boston.

Os governos da Virgínia e de Maryland decretaram emergência.

Fonte O Globo

17 dezembro 2009

O homem que me ensinou a morrer


Conheça a incrível história de Valentim de Moura, o operário que morreu passarinhando

Durante mais de uma semana, acompanhei seu Valentim na vivência de sua morte. Nestes tempos estranhos que vivemos, em que a morte é um tabu, o mais radical é morrer com serenidade, sem medo. Por absurdo que pareça, morrer com naturalidade tornou-se um ato revolucionário. Foi assim com seu Valentim: ele encerrou sua vida em paz. Para ele, não havia nada mais natural do que chegar ao fim de sua trajetória e morrer cercado por quem amava contando histórias da sua vida.

Nós, repórteres, sempre sofremos com as histórias que apuramos e não couberam no texto – ou, neste caso, no programa de TV. Trabalhamos limitados pelo número de páginas, pelo tempo do programa. A história de seu Valentim não pôde ser contada. O inusitado ali era a naturalidade da morte. E o fato de uma morte serena ser algo tão subversivo me fez pensar bastante.Como estes acontecimentos ficaram tatuados na minha alma, quis contar aqui para que mais gente pudesse ter a chance de aprender com seu Valentim. Não queria me beneficiar sozinha de uma experiência de vida tão larga.

Ele sabia que morreria de câncer. Era tratado na enfermaria de cuidados paliativos, um lugar onde cuidar é mais importante do que curar. Lá, doentes com escassas chances de cura são acompanhados por profissionais da saúde com uma convicção diferente da difundida pela prática médica tradicional. Eles acreditam que seu papel é amenizar os sintomas, escutar muito, cuidar das feridas invisíveis para que os pacientes possam viver intensamente, até o fim. A vida não é nem abreviada, nem prolongada por tratamentos dolorosos e invasivos. Cada paciente é visto como a pessoa singular que é, e sua história é tão determinante na hora de tomar as decisões quanto os aspectos médicos.

Durante o tratamento, seu Valentim piorava e passava alguns dias internado na enfermaria, até estar bem e voltar para casa. Quando novamente piorava, voltava para o hospital. Até o dia em que sentiu que, quando voltasse à enfermaria novamente, não mais retornaria para casa. Reuniu a mulher, dona Geralda, os seis filhos, e pediu que lhe comprassem um túmulo. Queria que fosse branco, mas os filhos acharam que sujaria muito. Concordaram então em pintar da cor do céu. Ele pediu também que plantassem muitas flores no jardim. Seu Valentim pertencia à natureza.

Quando o túmulo ficou pronto, ele anunciou que havia chegado a sua hora. “Minha casa agora vai ser esta nova que vocês fizeram para mim”, disse. “Quero ir para aquela enfermaria cheia de moças bonitas, onde me tratam muito bem.”

No caminho, exigiu uma parada no cemitério. Vistoriou seu túmulo, seu jardim, e disse: “Muito bonito”. Entrou no carro satisfeito e foi para o hospital. Lá, contou-me que era metalúrgico e, como o presidente Lula, também teve o dedo engolido por uma máquina. De dentro do lençol, puxou uma mão magra para mostrar-me a ausência que marcava sua vida de operário. Ao lado, o cunhado lembrava dos tempos em que seu Valentim tocava sanfona e havia se apaixonado por dona Geralda. Enquanto ele morria, ouvia histórias. Em todas, era ele o protagonista.

A cada dia seu Valentim ia nos deixando um pouco mais. Mas sem pressa. Nenhuma. “O tempo é o dele”, disse a chefe da enfermaria, Maria Goretti Maciel. “Não temos nenhuma necessidade de intervir. Ele está vivendo o fim da vida. E o médico não deve se intrometer nisso. Só precisamos caminhar ao lado dele, para ajudar no que for preciso. Este é um caminho que tem de ser vivido.” Logo depois, com aquele jeito manso de Goretti, ela suspirou: “Não parece a morte que a gente gostaria de ter?”

Parecia. Desrespeitamos tanto o tempo na nossa vida, não esperamos o tempo de nada, atropelamos o tempo de tudo, não temos nem sequer minutos para elaborar os tantos acontecimentos vividos. Que pelo menos esperemos o tempo da morte. Resolvi até sentar-me um pouco no corredor para gastar tempo refletindo sobre o tempo sem me preocupar em gravar coisa alguma.

Nos últimos dias seu Valentim não falava mais. Só olhava, para longe e para dentro, na mais absoluta serenidade. Parecia que às vezes ele mesmo se surpreendia de acordar e ainda estar neste mundo. Já tinha deixado a casa que construiu, despedido-se da família que criou com dona Geralda, falado de amor para a mulher com quem viveu 45 anos. Estava pronto para ir embora.

Numa manhã, partiu. “Passarinhando”, resumiu Goretti. Simplesmente parou de respirar, silenciou e se foi.

No dia seguinte foi enterrado em um cemitário chamado Saudade, acompanhado pela mulher, os filhos, os netos, os colegas de trabalho, os companheiros de sanfona, os amigos de uma vida inteira. Foi um enterro do jeito dele. Enquanto o cortejo evoluía pelo cemitério, eu escutei mais meia dúzia de histórias do seu Valentim. Quando todo mundo se calou por um instante, soubemos que dezenas, talvez centenas de passarinhos moravam nas árvores perto de seu túmulo.

Ao me despedir de dona Geralda, descobri porque aquele casamento tinha dado tão certo. Ela disse, depois de dar adeus ao homem com quem tinha dividido a maior porção da vida: “Ele está bem guardadinho ali no barraquinho dele”. Estava mesmo. E estava tudo certo.

Em um vídeo, que mostramos aqui, há uma pequena amostra do material gravado com seu Valentim. Dá para ter uma ideia deste homem e sua morte tão subversiva para os tempos atuais. Dizem que nome é destino. Às vezes, como agora, até acredito.

Se seu Valentim soube morrer sem drama, eu também quero me despedir dele sem choro. Só quero dizer: “Muito obrigada, seu Valentim, por me ensinar a morrer”.

ELIANE BRUM

Repórter especial de ÉPOCA, integra a equipe da revista desde 2000. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de Jornalismo. É autora de A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo) O mais fascinante da profissão de repórter, na minha opinião, é a possibilidade de bater na porta de tantas vidas e ter uma boa desculpa para entrar. Isso, às vezes, tem um preço alto. Mas, em outras, como na história que vou contar, é um presente. Fui convidada a participar do Profissão Repórter, da TV Globo, sobre a enfermaria de cuidados paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual, em São Paulo.

Fonte Revista Época

Nota: Por mais terrível que a morte possa parecer, até neste momento, Deus ainda demonstra seu amor. A morte, apesar de ser uma consequência do pecado (Rm. 5:12), não é para ser considerada como um castigo, ela é chamada de Salário (Rm. 6:23), e afinal, salário não é aquilo que desejamos receber no final de cada mês? Não tenho informações da vida espiritual do seu Valentim, mas a sua história me fez lembrar destas palavras: "Preciosa é, à vista do Senhor, a morte dos seus santos." Salmo 116:15.

Quando Deus determinou o tempo de vida dos homens nesta terra após o dilúvio, que seriam de 120 anos (Gn. 6:3), sempre imaginei a morte dos filhos de Deus assim:

Quando um filho de Deus completasse 120 anos, toda a família seria convidada, amigos, vizinhos, irmãos da igreja, para aquela data ímpar na vida daquele que havia completa os seus dias; aquele filho dormiria para só acordar no dia da vinda do Senhor. Entre cânticos de louvor e gratidão, o filho de Deus daria testemunho para todas as pessoas que o sono da morte é apenas um descanso desta vida de lubatas e sofrimentos, e que há esperança na morte do justo. Pv. 14:32.

Resta Uma Esperança

Uma Vergonha - João Batista não teria medo de declarar: "Raça de Víboras!!!"

Igreja de Brunelli altera texto da oração da propina
Renato Alves

Dinheiro nas meias, na bolsa, na cueca. Quando muitos pensavam ter visto de tudo no escândalo político que assola Brasília há mais de duas semanas, aparece denúncia de nova fraude. Um dos oito deputados distritais investigados pela Polícia Federal, por meio da Operação Caixa de Pandora, Júnior Brunelli (PSC) é acusado de adulterar até a oração da propina.

De acordo com a Agência Estado, a igreja evangélica Casa da Bênção, de propriedade do apóstolo Doriel de Oliveira, pai de Brunelli, levou à internet a sua versão da oração da propina, divulgada pela imprensa de todo o país.

As imagens, que fazem parte do inquérito da PF, mostram Durval Barbosa, ex-assessor do governador José Roberto Arruda (ex-DEM), e os deputados Brunelli e Leonardo Prudente (DEM) — aquele flagrado enfiando maços de notas de reais nas meias — rezando após distribuição de dinheiro aos parlamentares.

Segundo a agência de notícias, a página oficial da igreja na internet reproduziu a gravação do episódio, mas com uma nova interpretação. "Deus ouviu a oração de Brunelli. Arruda cairá a qualquer momento", diz o texto alterado.

A versão da igreja para a oração apresenta Arruda como adversário dos deputados, além de acrescentar um outro trecho à oração: "Eu quero entregar o Arruda nas tuas mãos, que quero entregar essa equipe ímpia e má nas tuas mãos. Meu Deus, dá um jeito nesta situação, tire estes homens do nosso caminho, Pai", diz a versão levada à internet pela igreja.

Na versão da Casa da Bênção, Brunelli, Prudente e Durval são os três defensores do dinheiro público. Lutariam pela ética, a moral e a honestidade no governo do Distrito Federal.

No entanto, a nova versão da oração da propina foi retirada do site Casa da Bênção, na manhã desta terça-feira (15/12), após contato do repórter da Agência Estado.

No YouTube
Às 17h10, a assessoria de comunicação do deputado Brunelli entrou em contato com a redação do Correio. O assessor garantiu que o video divulgado no site da igreja do pai do deputado "não foi alterado". Explicou que trata-se "da íntegra da oração, postado no YouTube (site de videos)".

Segundo o assessor, a íntegra da oração filmada por Durval teria sido enviada ao site da Casa da Bênção por um "fiel". "Ele só foi retirado do ar por causa do título: Deus ouviu a oração de Brunelli. Arruda cairá a qualquer momento", comentou o assessor.

O Correio pediu cópia da suposta integra do video. O assessor alegou não ter, mas prometeu enviar por e-mail assim que conseguisse.

História da Casa da Bênção
A casa da Bênção, da família Brunelli, conta com mais de 2 mil templos, espalhados por todo o Brasil, Estados Unidos, Argentina, Chile, Gana, Costa do Marfim, Japão, Inglaterra, Suíça e outros países.

Esse império religioso teve origem em 9 de junho de 1964, em Belo Horizonte (MG), quando surgiu a Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus. O primeiro templo foi construído na antiga Praça Vaz de Melo, onde hoje é a Rodoviária da capital mineira, já tendo à sua frente o casal de pastores Doriel de Oliveira e Ruth Brunelli de Oliveira, pais do deputado Júnior Brunelli.

"Uma igreja eminentemente brasileira, sem nenhum vínculo com as tradicionais igrejas evangélicas vindas da Inglaterra, País de Gales, Suécia e Estados Unidos; nascia no reduto da tradicional família mineira, num momento em que estar fora da religião católica, que se dizia oficial e se imaginava única, era considerado pela grande maioria como um grande e pecaminoso erro", destaca o site da Casa da Bênção.

Doriel de Oliveira e a mulher mudaram-se para Brasília em 1970. Na capital do país, ergueram sua primeira igreja, na Vila Dimas, em Taguatinga. Quinze anos depois, o casal inaugurou a Catedral da Bênção, então o maior templo do Distrito Federal, com capacidade para 5 mil pessoas sentadas e outras 5 mil em pé.

Fonte Correio Brasiliense

Nota: Muitos líderes de Igrejas que se intitulam "cristãs", darão contas a Deus por seus atos, a taça da ira do Senhor está prestes a derramar sobre este mundo e aqueles que brincaram com o nome de Deus serão os primeiros a provarem do seu cálice.

16 dezembro 2009

Bento XVI: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação


CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 15 de dezembro de 2009 (ZENIT.org).- Oferecemos a seguir a mensagem de Bento XVI com motivo do próximo Dia Mundial da Paz, que se celebra a 1 de janeiro de 2010, sobre o respeito da criação e a promoção da paz.

* * *

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
BENTO XVI
PARA A CELEBRAÇÃO DO
DIA MUNDIAL DA PAZ

1 DE JANEIRO DE 2010

SE QUISERES CULTIVAR A PAZ, PRESERVA A CRIAÇÃO

1. Por ocasião do início do Ano Novo, desejo expressar os mais ardentes votos de paz a todas as comunidades cristãs, aos responsáveis das nações, aos homens e mulheres de boa vontade do mundo inteiro. Para este XLIII Dia Mundial da Paz, escolhi o tema: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação. O respeito pela criação reveste-se de grande importância, designadamente porque «a criação é o princípio e o fundamento de todas as obras de Deus»[1]e a sua salvaguarda torna-se hoje essencial para a convivência pacífica da humanidade. Com efeito, se são numerosos os perigos que ameaçam a paz e o autêntico desenvolvimento humano integral, devido à desumanidade do homem para com o seu semelhante – guerras, conflitos internacionais e regionais, actos terroristas e violações dos direitos humanos –, não são menos preocupantes os perigos que derivam do desleixo, se não mesmo do abuso, em relação à terra e aos bens naturais que Deus nos concedeu. Por isso, é indispensável que a humanidade renove e reforce «aquela aliança entre ser humano e ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de Quem provimos e para Quem estamos a caminho».[2]

2. Na encíclica Caritas in veritate, pus em realce que o desenvolvimento humano integral está intimamente ligado com os deveres que nascem da relação do homem com o ambiente natural, considerado como uma dádiva de Deus para todos, cuja utilização comporta uma responsabilidade comum para com a humanidade inteira, especialmente os pobres e as gerações futuras. Assinalei também que corre o risco de atenuar-se, nas consciências, a noção da responsabilidade, quando a natureza e sobretudo o ser humano são considerados simplesmente como fruto do acaso ou do determinismo evolutivo.[3] Pelo contrário, conceber a criação como dádiva de Deus à humanidade ajuda-nos a compreender a vocação e o valor do homem; na realidade, cheios de admiração, podemos proclamar com o salmista: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes?» (Sl 8, 4-5). Contemplar a beleza da criação é um estímulo para reconhecer o amor do Criador; aquele Amor que «move o sol e as outras estrelas».[4]

3. Há vinte anos, ao dedicar a Mensagem do Dia Mundial da Paz ao tema Paz com Deus criador, paz com toda a criação, o Papa João Paulo II chamava a atenção para a relação que nós, enquanto criaturas de Deus, temos com o universo que nos circunda. «Observa-se nos nossos dias – escrevia ele – uma consciência crescente de que a paz mundial está ameaçada (…) também pela falta do respeito devido à natureza». E acrescentava que esta consciência ecológica «não deve ser reprimida mas antes favorecida, de maneira que se desenvolva e vá amadurecendo até encontrar expressão adequada em programas e iniciativas concretas».[5] Já outros meus predecessores se referiram à relação existente entre o homem e o ambiente; por exemplo, em 1971, por ocasião do octogésimo aniversário da encíclica Rerum novarum deLeão XIII, Paulo VI houve por bem sublinhar que, «por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, [o homem] começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação». E acrescentou que, deste modo, «não só o ambiente material se torna uma ameaça permanente – poluições e lixo, novas doenças, poder destruidor absoluto – mas é o próprio contexto humano que o homem não consegue dominar, criando assim para o dia de amanhã um ambiente global que se lhe poderá tornar insuportável. Problema social de grande envergadura, este, que diz respeito à inteira família humana».[6]

4. Embora evitando de intervir sobre soluções técnicas específicas, a Igreja, «perita em humanidade», tem a peito chamar vigorosamente a atenção para a relação entre o Criador, o ser humano e a criação. Em 1990, João Paulo II falava de «crise ecológica» e, realçando o carácter prevalecentemente ético de que a mesma se revestia, indicava «a urgente necessidade moral de uma nova solidariedade».[7] Hoje, com o proliferar de manifestações duma crise que seria irresponsável não tomar em séria consideração, tal apelo aparece ainda mais premente. Pode-se porventura ficar indiferente perante as problemáticas que derivam de fenómenos como as alterações climáticas, a desertificação, o deterioramento e a perda de produtividade de vastas áreas agrícolas, a poluição dos rios e dos lençóis de água, a perda da biodiversidade, o aumento de calamidades naturais, o desflorestamento das áreas equatoriais e tropicais? Como descurar o fenómeno crescente dos chamados «prófugos ambientais», ou seja, pessoas que, por causa da degradação do ambiente onde vivem, se vêem obrigadas a abandoná-lo – deixando lá muitas vezes também os seus bens – tendo de enfrentar os perigos e as incógnitas de uma deslocação forçada? Com não reagir perante os conflitos, já em acto ou potenciais, relacionados com o acesso aos recursos naturais? Trata-se de um conjunto de questões que têm um impacto profundo no exercício dos direitos humanos, como, por exemplo, o direito à vida, à alimentação, à saúde, ao desenvolvimento.

5. Entretanto tenha-se na devida conta que não se pode avaliar a crise ecológica prescindindo das questões relacionadas com ela, nomeadamente o próprio conceito de desenvolvimento e a visão do homem e das suas relações com os seus semelhantes e com a criação. Por isso, é decisão sensata realizar uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento e também reflectir sobre o sentido da economia e dos seus objectivos, para corrigir as suas disfunções e deturpações. Exige-o o estado de saúde ecológica da terra; reclama-o também e sobretudo a crise cultural e moral do homem, cujos sintomas há muito tempo que se manifestam por toda a parte.[8] A humanidade tem necessidade de uma profunda renovação cultural; precisa de redescobrir aqueles valores que constituem o alicerce firme sobre o qual se pode construir um futuro melhor para todos. As situações de crise que está atravessando, de carácter económico, alimentar, ambiental ou social, no fundo são também crises morais e estão todas interligadas. Elas obrigam a projectar de novo a estrada comum dos homens. Impõem, de maneira particular, um modo de viver marcado pela sobriedade e solidariedade, com novas regras e formas de compromisso, apostando com confiança e coragem nas experiências positivas realizadas e rejeitando decididamente as negativas. É o único modo de fazer com que a crise actual se torne uma ocasião para discernimento e nova projectação.

6. Porventura não é verdade que, na origem daquela que em sentido cósmico chamamos «natureza», há «um desígnio de amor e de verdade»? O mundo «não é fruto duma qualquer necessidade, dum destino cego ou do acaso, (…) procede da vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas participantes do seu Ser, da sua sabedoria e da sua bondade».[9] Nas suas páginas iniciais, o livro do Génesis introduz-nos no projecto sapiente do cosmos, fruto do pensamento de Deus, que, no vértice, colocou o homem e a mulher, criados à imagem e semelhança do Criador, para «encher e dominar a terra» como «administradores» em nome do próprio Deus (cf. Gn 1, 28). A harmonia descrita na Sagrada Escritura entre o Criador, a humanidade e a criação foi quebrada pelo pecado de Adão e Eva, do homem e da mulher, que pretenderam ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-se como suas criaturas. Em consequência, ficou deturpada também a tarefa de «dominar» a terra, de a «cultivar e guardar» e gerou-se um conflito entre eles e o resto da criação (cf. Gn 3, 17-19). O ser humano deixou-se dominar pelo egoísmo, perdendo o sentido do mandato de Deus, e, no relacionamento com a criação, comportou-se como explorador pretendendo exercer um domínio absoluto sobre ela. Mas o verdadeiro significado do mandamento primordial de Deus, bem evidenciado no livro do Génesis, não consistia numa simples concessão de autoridade, mas antes num apelo à responsabilidade. Aliás, a sabedoria dos antigos reconhecia que a natureza está à nossa disposição, mas não como «um monte de lixo espalhado ao acaso»,[10] enquanto a Revelação bíblica nos fez compreender que a natureza é dom do Criador, o Qual lhe traçou os ordenamentos intrínsecos a fim de que o homem pudesse deduzir deles as devidas orientações para a «cultivar e guardar» (cf. Gn 2, 15).[11] Tudo o que existe pertence a Deus, que o confiou aos homens, mas não à sua arbitrária disposição. E quando o homem, em vez de desempenhar a sua função de colaborador de Deus, se coloca no lugar de Deus, acaba por provocar a rebelião da natureza, «mais tiranizada que governada por ele».[12] O homem tem, portanto, o dever de exercer um governo responsável da criação, preservando-a e cultivando-a.[13]

7. Infelizmente temos de constatar que um grande número de pessoas, em vários países e regiões da terra, experimenta dificuldades cada vez maiores, porque muitos se descuidam ou se recusam a exercer sobre o ambiente um governo responsável. O Concílio Ecuménico Vaticano II lembrou que «Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos».[14] Por isso, a herança da criação pertence à humanidade inteira. Entretanto o ritmo actual de exploração põe seriamente em perigo a disponibilidade de alguns recursos naturais não só para a geração actual, mas sobretudo para as gerações futuras.[15] Ora não é difícil constatar como a degradação ambiental é muitas vezes o resultado da falta de projectos políticos clarividentes ou da persecução de míopes interesses económicos, que se transformam, infelizmente, numa séria ameaça para a criação. Para contrastar tal fenómeno, na certeza de que «cada decisão económica tem consequências de carácter moral»,[16] é necessário também que a actividade económica seja mais respeitadora do ambiente. Quando se lança mão dos recursos naturais, é preciso preocupar-se com a sua preservação prevendo também os seus custos em termos ambientais e sociais, que se devem contabilizar como uma parcela essencial da actividade económica. Compete à comunidade internacional e aos governos nacionais dar os justos sinais para contrastar de modo eficaz, no uso do ambiente, as modalidades que resultem danosas para o mesmo. Para proteger o ambiente e tutelar os recursos e o clima é preciso, por um lado, agir no respeito de normas bem definidas mesmo do ponto de vista jurídico e económico e, por outro, ter em conta a solidariedade devida a quantos habitam nas regiões mais pobres da terra e às gerações futuras.

8. Na realidade, é urgente a obtenção de uma leal solidariedade entre as gerações. Os custos resultantes do uso dos recursos ambientais comuns não podem ficar a cargo das gerações futuras. «Herdeiros das gerações passadas e beneficiários do trabalho dos nossos contemporâneos, temos obrigações para com todos, e não podemos desinteressar-nos dos que virão depois de nós aumentar o círculo da família humana. A solidariedade universal é para nós não só um facto e um benefício, mas também um dever. Trata-se de uma responsabilidade que as gerações presentes têm em relação às futuras, uma responsabilidade que pertence também a cada um dos Estados e à comunidade internacional».[17] O uso dos recursos naturais deverá verificar-se em condições tais que as vantagens imediatas não comportem consequências negativas para os seres vivos, humanos e não humanos, presentes e vindouros; que a tutela da propriedade privada não dificulte o destino universal dos bens;[18] que a intervenção do homem não comprometa a fecundidade da terra para benefício do dia de hoje e do amanhã. Para além de uma leal solidariedade entre as gerações, há que reafirmar a urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade entre os indivíduos da mesma geração, especialmente nas relações entre os países em vias de desenvolvimento e os países altamente industrializados: «A comunidade internacional tem o imperioso dever de encontrar as vias institucionais para regular a exploração dos recursos não renováveis, com a participação também dos países pobres, de modo a planificar em conjunto o futuro».[19] A crise ecológica manifesta a urgência de uma solidariedade que se projecte no espaço e no tempo. Com efeito, é importante reconhecer, entre as causas da crise ecológica actual, a responsabilidade histórica dos países industrializados. Contudo os países menos desenvolvidos e, de modo particular, os países emergentes não estão exonerados da sua própria responsabilidade para com a criação, porque o dever de adoptar gradualmente medidas e políticas ambientais eficazes pertence a todos. Isto poder-se-ia realizar mais facilmente se houvesse cálculos menos interesseiros na assistência, na transferência dos conhecimentos e tecnologias menos poluidoras.

9. Um dos nós principais a enfrentar pela comunidade internacional é, sem dúvida, o dos recursos energéticos, delineando estratégias compartilhadas e sustentáveis para satisfazer as necessidades de energia da geração actual e das gerações futuras. Para isso, é preciso que as sociedades tecnologicamente avançadas estejam dispostas a favorecer comportamentos caracterizados pela sobriedade, diminuindo as próprias necessidades de energia e melhorando as condições da sua utilização. Ao mesmo tempo é preciso promover a pesquisa e a aplicação de energias de menor impacto ambiental e a «redistribuição mundial dos recursos energéticos, de modo que os próprios países desprovidos possam ter acesso aos mesmos».[20] Deste modo, a crise ecológica oferece uma oportunidade histórica para elaborar uma resposta colectiva tendente a converter o modelo de desenvolvimento global segundo uma direcção mais respeitadora da criação e de um desenvolvimento humano integral, inspirado nos valores próprios da caridade na verdade. Faço votos, portanto, de que se adopte um modelo de desenvolvimento fundado na centralidade do ser humano, na promoção e partilha do bem comum, na responsabilidade, na consciência da necessidade de mudar os estilos de vida e na prudência, virtude que indica as acções que se devem realizar hoje na previsão do que poderá suceder amanhã.[21]

10. A fim de guiar a humanidade para uma gestão globalmente sustentável do ambiente e dos recursos da terra, o homem é chamado a concentrar a sua inteligência no campo da pesquisa científica e tecnológica e na aplicação das descobertas que daí derivam. A «nova solidariedade», que João Paulo II propôs na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1990,[22] e a «solidariedade global», a que eu mesmo fiz apelo na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2009,[23] apresentam-se como atitudes essenciais para orientar o compromisso de tutela da criação através de um sistema de gestão dos recursos da terra melhor coordenado a nível internacional, sobretudo no momento em que se vê aparecer, de forma cada vez mais evidente, a forte relação que existe entre a luta contra a degradação ambiental e a promoção do desenvolvimento humano integral. Trata-se de uma dinâmica imprescindível, já que «o desenvolvimento integral do homem não pode realizar-se sem o desenvolvimento solidário da humanidade».[24] Muitas são hoje as oportunidades científicas e os potenciais percursos inovadores, mediante os quais é possível fornecer soluções satisfatórias e respeitadoras da relação entre o homem e o ambiente. Por exemplo, é preciso encorajar as pesquisas que visam identificar as modalidades mais eficazes para explorar a grande potencialidade da energia solar. A mesma atenção se deve prestar à questão, hoje mundial, da água e ao sistema hidrogeológico global, cujo ciclo se reveste de primária importância para a vida na terra, mas está fortemente ameaçado na sua estabilidade pelas alterações climáticas. De igual modo deve-se procurar apropriadas estratégias de desenvolvimento rural centradas nos pequenos cultivadores e nas suas famílias, sendo necessário também elaborar políticas idóneas para a gestão das florestas, o tratamento do lixo, a valorização das sinergias existentes no contraste às alterações climáticas e na luta contra a pobreza. São precisas políticas nacionais ambiciosas, completadas pelo necessário empenho internacional que há-de trazer importantes benefícios sobretudo a médio e a longo prazo. Enfim, é necessário sair da lógica de mero consumo para promover formas de produção agrícola e industrial que respeitem a ordem da criação e satisfaçam as necessidades primárias de todos. A questão ecológica não deve ser enfrentada apenas por causa das pavorosas perspectivas que a degradação ambiental esboça no horizonte; o motivo principal há-de ser a busca duma autêntica solidariedade de dimensão mundial, inspirada pelos valores da caridade, da justiça e do bem comum. Por outro lado, como já tive ocasião de recordar, a técnica «nunca é simplesmente técnica; mas manifesta o homem e as suas aspirações ao desenvolvimento, exprime a tensão do ânimo humano para uma gradual superação de certos condicionamentos materiais. Assim, a técnica insere-se no mandato de “cultivar e guardar a terra” (cf. Gn 2, 15) que Deus confiou ao homem, e há-de ser orientada para reforçar aquela aliança entre ser humano e ambiente em que se deve reflectir o amor criador de Deus».[25]

11. É cada vez mais claro que o tema da degradação ambiental põe em questão os comportamentos de cada um de nós, os estilos de vida e os modelos de consumo e de produção hoje dominantes, muitas vezes insustentáveis do ponto de vista social, ambiental e até económico. Torna-se indispensável uma real mudança de mentalidade que induza a todos a adoptarem novos estilos de vida, «nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom e a comunhão com os outros homens, em ordem ao crescimento comum, sejam os elementos que determinam as opções do consumo, da poupança e do investimento».[26] Deve-se educar cada vez mais para se construir a paz a partir de opções clarividentes a nível pessoal, familiar, comunitário e político. Todos somos responsáveis pela protecção e cuidado da criação. Tal responsabilidade não conhece fronteiras. Segundo o princípio de subsidiariedade, é importante que cada um, no nível que lhe corresponde, se comprometa a trabalhar para que deixem de prevalecer os interesses particulares. Um papel de sensibilização e formação compete de modo particular aos vários sujeitos da sociedade civil e às organizações não-governamentais, empenhados com determinação e generosidade na difusão de uma responsabilidade ecológica, que deveria aparecer cada vez mais ancorada ao respeito pela «ecologia humana». Além disso, é preciso lembrar a responsabilidade dos meios de comunicação social neste âmbito, propondo modelos positivos que sirvam de inspiração. É que ocu-par-se do ambiente requer uma visão larga e global do mundo; um esforço comum e responsável a fim de passar de uma lógica centrada sobre o interesse egoísta da nação para uma visão que sempre abrace as necessidades de todos os povos. Não podemos permanecer indiferentes àquilo que sucede ao nosso redor, porque a deterioração de uma parte qualquer do mundo recairia sobre todos. As relações entre pessoas, grupos sociais e Estados, bem como as relações entre homem e ambiente são chamadas a assumir o estilo do respeito e da «caridade na verdade». Neste contexto alargado, é altamente desejável que encontrem eficaz correspondência os esforços da comunidade internacional que visam obter um progressivo desarmamento e um mundo sem armas nucleares, cuja mera presença ameaça a vida da terra e o processo de desenvolvimento integral da humanidade actual e futura.

12. A Igreja tem a sua parte de responsabilidade pela criação e sente que a deve exercer também em âmbito público, para defender a terra, a água e o ar, dádivas feitas por Deus Criador a todos, e antes de tudo para proteger o homem contra o perigo da destruição de si mesmo. Com efeito, a degradação da natureza está intimamente ligada à cultura que molda a convivência humana, pelo que, «quando a “ecologia humana”é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental».[27] Não se pode pedir aos jovens que respeitem o ambiente, se não são ajudados, em família e na sociedade, a respeitar-se a si mesmos: o livro da natureza é único, tanto sobre a vertente do ambiente como sobre a da ética pessoal, familiar e social.[28] Os deveres para com o ambiente derivam dos deveres para com a pessoa considerada em si mesma e no seu relacionamento com os outros. Por isso, de bom grado encorajo a educação para uma responsabilidade ecológica, que, como indiquei na encíclica Caritas in veritate, salvaguarde uma autêntica «ecologia humana» e consequentemente afirme, com renovada convicção, a inviolabilidade da vida humana em todas as suas fases e condições, a dignidade da pessoa e a missão insubstituível da família, onde se educa para o amor ao próximo e o respeito da natureza.[29] É preciso preservar o património humano da sociedade. Este património de valores tem a sua origem e está inscrito na lei moral natural, que é fundamento do respeito da pessoa humana e da criação.

13. Por fim não se deve esquecer o facto, altamente significativo, de que muitos encontram tranquilidade e paz, sentem-se renovados e revigorados quando entram em contacto directo com a beleza e a harmonia da natureza. Existe aqui uma espécie de reciprocidade: quando cuidamos da criação, constatamos que Deus, através da criação, cuida de nós. Por outro lado, uma visão correcta da relação do homem com o ambiente impede de absolutizar a natureza ou de a considerar mais importante do que a pessoa. Se o magistério da Igreja exprime perplexidades acerca de uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, fá-lo porque tal concepção elimina a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres vivos. Deste modo, chega-se realmente a eliminar a identidade e a função superior do homem, favorecendo uma visão igualitarista da «dignidade» de todos os seres vivos. Assim se dá entrada a um novo panteísmo com acentos neopagãos que fazem derivar apenas da natureza, entendida em sentido puramente naturalista, a salvação para o homem. Ao contrário, a Igreja convida a colocar a questão de modo equilibrado, no respeito da «gramática» que o Criador inscreveu na sua obra, confiando ao homem o papel de guardião e administrador responsável da criação, papel de que certamente não deve abusar mas também não pode abdicar. Com efeito, a posição contrária, que considera a técnica e o poder humano como absolutos, acaba por ser um grave atentado não só à natureza, mas também à própria dignidade humana.[30]

14. Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação. A busca da paz por parte de todos os homens de boa vontade será, sem dúvida alguma, facilitada pelo reconhecimento comum da relação indivisível que existe entre Deus, os seres humanos e a criação inteira. Os cristãos, iluminados pela Revelação divina e seguindo a Tradição da Igreja, prestam a sua própria contribuição. Consideram o cosmos e as suas maravilhas à luz da obra criadora do Pai e redentora de Cristo, que, pela sua morte e ressurreição, reconciliou com Deus «todas as criaturas, na terra e nos céus» (Cl 1, 20). Cristo crucificado e ressuscitado concedeu à humanidade o dom do seu Espírito santificador, que guia o caminho da história à espera daquele dia em que, com o regresso glorioso do Senhor, serão inaugurados «novos céus e uma nova terra» (2 Pd 3, 13), onde habitarão a justiça e a paz para sempre. Assim, proteger o ambiente natural para construir um mundo de paz é dever de toda a pessoa. Trata-se de um desafio urgente que se há-de enfrentar com renovado e concorde empenho; é uma oportunidade providencial para entregar às novas gerações a perspectiva de um futuro melhor para todos. Disto mesmo estejam cientes os responsáveis das nações e quantos, nos diversos níveis, têm a peito a sorte da humanidade: a salvaguarda da criação e a realização da paz são realidades intimamente ligadas entre si. Por isso, convido todos os crentes a elevarem a Deus, Criador omnipotente e Pai misericordioso, a sua oração fervorosa, para que no coração de cada homem e de cada mulher ressoe, seja acolhido e vivido o premente apelo: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação.

Fonte Zenit

Apocalipse 17 - Algumas Considerações


O Capítulo 17 de Apocalipse é um dos mais complexos deste tão enigmático livro da Bíblia. Muitas interpretações já foram elaboradas, só o tempo poderá dizer qual delas está certa. Portanto, não quero aqui fazer mais uma interpretação deste capítulo, mas apenas colocar em discussão pontos interessantes sobre os quais discorri com um irmão.

1. Existe distinção entre o tempo da visão e o tempo da interpretação da visão? – Antes de responder esta indagação devemos analisar com cautela alguns pontos interessantes:

A) Embora essa distinção possa existir, ela não é explícita no texto. No verso 3, João declara que o Anjo o “..levou em espírito a um deserto”. Essa declaração deixa claro que João transcendeu para tempo e lugar onde ocorreria o cumprimento da profecia, e desde essa declaração até o verso 7, onde o Anjo começa a conceder a interpretação da profecia, não é declarado que João voltou ao tempo e lugar de sua época. Portanto, pode não haver distinção entre o tempo da visão e o tempo da interpretação da visão, e se existir talvez não seja exatamente o tempo de João.

B) Outro ponto a ser salientado é que o verso 8 afirma: “A besta que viste [referindo à visão nos versos 1-6], foi [Em algum momento no passado anterior à visão] e já não é [O verbo está no tempo presente. Muitos advogam que este é o tempo de João, enquanto ainda estava vivo], e há-de subir do abismo [futuro, momento a que a visão profética se refere]...”. Se o tempo da visão difere do tempo da interpretação da visão, e o tempo desta interpretação é o de João, então qual a besta que não era em seu tempo? O Comentário Bíblico Adventista comentando o verso 8 e 11 do capítulo 17, coloca duas suposições para a Besta e nenhuma das duas aconteceu enquanto João estava vivo..
Leia:

“Em algum momento do passado a besta tinha estado ativa, mas depois desapareceu. Esta expressão se repete ao final do vers. 8 e de novo no vers. 11. Alguns identificam o período em que a besta "era" com o da Roma pagã; o período em que "não é" [a parte do verso que comento acima], com o breve intervalo entre o fim da perseguição pagã e o começo da perseguição papal [Não pode ser o tempo de João, pois a perseguição pagã estava em plena atividade em sua época, a perseguição só parou depois da conversão de Constantino ao cristianismo, que só ocorreu em 313 d.C., mais de 200 anos depois da morte de João], e o período "e será", com o da Roma Papal. Outros fazem equivaler o período em que "era", com o representado pela besta e suas sete cabeças; o período em que "não é", com o intervalo entre a ferida da sétima cabeça [Período pós 1798, muitos séculos depois da morte de João] e o ressurgimento da besta como "a oitava". Comentários entre colchetes acrescentados.

Nenhum dos casos se passou no período da vida de João, mas sim, alguns séculos após sua morte. O que parece é que o tempo da interpretação da visão segue uma sequência temporária, ficando, assim, difícil afirmar com exatidão o tempo da interpretação da visão.

O verso 10, onde diz: “cinco já caíram [passado], e um existe [presente, este tempo é o mesmo do verso 8 e 11 comentado acima]; outro ainda não é vindo [futuro]; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.” Está inserido no mesmo período, enfretando os mesmos problemas dos versos 8 e 11. Qualquer interpretação que afirme com dogmatismo um tempo exato do cumprimento da visão, não passará de especulação, podendo apenas ser confirmada após o cumprimento total da profecia. Portanto, vamos esperar acontecer e depois, de acordo com a história, afirmar com fatos históricos comprovados. Afinal, somos historicistas. Esse método foi utilizado pelos nossos pioneiros e deve seguir de guia para nós, pois eles poderiam até ter suas opiniões sobre Apocalipse 17, mas a falta de dados escritos sobre suas opiniões nos leva a fazer o mesmo que eles: ficar em silêncio e aguardar o desenrolar da história.

2. A expressão: “outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo”, verso 10, se refere ao sétimo rei. Embora essa frase (“convém durar pouco tempo”) possa se encontrar em outras passagens bíblicas se referindo a longos períodos, não podemos deixar de considerar o contexto em que ela foi proferida, pois os cinco reis ou reinos que existiram, permaneceram por não mais de cinco séculos, então o “pouco tempo” deve ser analisado dentro deste contexto, isso quer dizer que foi um período inferior aos outros, então não pode ser 1.260 anos, pois nenhum dos impérios durou todo esse tempo. A expressão “pouco tempo” apenas afirma que o período do sétimo rei seria menor que dos outros seis anteriores.

Graças a Deus o foco de Apocalipse 17 não está na identificação dos sete reis, mas sim no momento em que o oitavo, que procede dos sete, irá surgir, e quanto a esse, nós concordamos, é o último engano de Satanás, sua personificação e união com os poderes de Apocalipse 16: 13-14. Essa deve ser a nossa posição até que ela se cumpra completamente.

Claro que existe algumas interpretações interessantes sobre Apocalipse 17, mas prefiro aguardar o desenrolar da história. Afinal, sabemos quem são as Bestas de Apocalipse 13, sabemos também quem é a Mulher do capítulo 17, ela é uma falsa Igreja Mãe, possuindo muitas filhas que obedecem seus ensinos, sabemos que ela possuía poderes políticos antes e perdeu esses poderes, mas conseguirá esses poderes de volta através da segunda Besta do capítulo 13, e, unida com os poderes aliados de Satanás, perseguirá os fiéis filhos de Deus.

“Em vista de que a Inspiração não indicou que se deve entender que as sete cabeças representam sete nações particulares e não especificou nenhum momento desde o qual devem calcular-se, este Comentário considera que a evidência é insuficiente para garantir uma identificação dogmática delas. Apoc. 17 trata da besta durante seu período "será", quando é "o oitavo" (ver com. vers. 8, 11), e a interpretação da mensagem básica do capítulo felizmente não depende da identificação das sete cabeças.” Comentário Bíblico Adventista sobre Apocalipse 17.

Acesse o Comentário Bíblico Adventista clicando no link abaixo:

http://www.ellenwhitebooks.com/comentario/

Um Abraço!

Resta Uma Esperança

Hilton Robson

Catolicismo em Profundidade - Revista Veja


Cronologia

Origens

4 a.C.: Nasce Jesus Cristo, em Belém - apesar de a contagem do calendário cristão ter início no suposto ano do nascimento do profeta, estudos recentes revelaram que ele na verdade nasceu entre 6 e 4 a.C.

30: Jesus é crucificado e morto em Jerusalém

64: O imperador Nero inicia perseguição aos cristãos em Roma, movimento que durará por quase três séculos

70: Jerusalém é destruída pelos romanos. Os cristãos se espalham pelo mundo

aprox. 70: São Marcos escreve o primeiro dos quatro evangelhos do Novo Testamento

aprox. 80: Evangelho segundo Mateus, o mais popular nos primeiros tempos da cristandade; Evangelho segundo Lucas

aprox. 95: Evangelho segundo João

100: População mundial: 310 milhões - cristãos: 8.000

165: Uma epidemia mata um terço da população do Império Romano. A solidariedade cristã diante da calamidade surpreende os pagãos

313: O imperador Constantino encerra as perseguições e oficializa o cristianismo como religião do Império Romano

319: O cristianismo incorpora ritos e costumes pagãos, e passa a celebrar o Natal no dia 25 de dezembro - dia do deus Sol. Culto à Virgem Maria substitui o de Cibele, mãe dos deuses romanos. [O domingo como dia de descanso é instituído em 321, em homenagem ao deus Sol, igual ao Natal, HR]

350: População mundial: 320 milhões - cristãos: 33 milhões


Idade Média

aprox. 415: Cristãos passam de perseguidos a perseguidores - patriarcas da Igreja estimulam a violência contra os pagãos e fiéis de outras religiões

622: Maomé funda o islamismo, que rapidamente se expande pelo mundo

1054: Cisma do Oriente - a Igreja Ortodoxa de Constantinopla se separa da Igreja de Roma, que passa a se chamar Igreja Católica Apostólica Romana, como conhecemos hoje

1095-1291: Cruzadas - incentivados pelo papa, cristãos rumam para o Oriente Médio para conquistar Jerusalém e a Terra Santa dos muçulmanos

1250: População mundial: 400 milhões - cristãos: 75 milhões

1455: 1ª edição da Bíblia impressa de Gutenberg, feita a partir dos tipos móveis inventados pelo alemão

1478: Papa Sisto IV funda a Santa Inquisição. Em menos de 20 anos, mais de 120.000 pessoas acusadas de heresia são condenadas à morte na Espanha e em Portugal

1492: Cristóvão Colombo chega à América trazendo soldados e evangelizadores católicos

Reforma e Contra-Reforma

1517: As famosas 95 teses de Martinho Lutero desencadeiam a Reforma Protestante, que culmina com a fundação de novas igrejas dissidentes do catolicismo romano. É o segundo racha na unidade cristã

1534: Henrique VIII, rei da Inglaterra rompe com o Vaticano e funda a Igreja Anglicana

1540: Inácio de Loyola funda a Companhia de Jesus, cujas missões foram fundamentais para a conservação das doutrinas católicas na Europa e na catequese do Novo Mundo

1545 - 1563: Igreja realiza o Concílio de Trento, para discutir como responder ao protestantismo - é o início da chamada Contra-Reforma

Idade Contemporânea

1789: Revolução Francesa separa a Igreja do Estado e promove a liberdade religiosa

1800: População mundial: 1 bilhão - cristãos: 230 milhões

1962 - 1965: Concilio Vaticano II promove a modernização católica e o ecumenismo

2000: População mundial: 6 bilhões - cristãos: 2,1 bilhões

2005: Morre Karol Wojtyla, o papa João Paulo II - o primeiro não italiano em 450 anos, cujo papado foi o 3º mais duradouro da história. Assume Bento XVI

Fonte Revista Veja Editora Abril

15 dezembro 2009

Bento XVI alerta para crise ecológica


Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010, apresentada no Vaticano, pede respostas «verdes» e nova solidariedade global.

Bento XVI dedicou a sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010 (1 de Janeiro) à defesa do ambiente, falando numa "crise ecológia" e apelando à comunidade internacional para que tome medidas que travem as alterações climáticas.

O documento, apresentado esta Terça-feira no Vaticano, tem como tema "Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação". [Isso é um conselho ou uma ameaça?]
“Compete à comunidade internacional e aos governos nacionais dar os sinais certos para enfrentar de modo eficaz as formas de exploração do ambiente que são prejudiciais para o mesmo”, diz Bento XVI, para quem é urgente “promover a pesquisa e a aplicação de energias de menor impacto ambiental”.

O documento surge na recta final da Cimeira de Copenhaga, que procura um acordo global para travar os efeitos das mudanças climáticas. Para o Papa, é necessário reconhecer que “entre as causas da actual crise ecológica” está a “responsabilidade histórica dos países industrializados”.

A mensagem acrescenta, contudo, que também os países menos desenvolvidos e emergentes devem assumir as suas “próprias responsabilidades”, porque o “dever de adoptar gradualmente medidas e políticas ambientais eficazes pertence a todos”.

Nesse sentido, defende o Papa, são precisos “cálculos menos interesseiros na assistência, na transferência dos conhecimentos e tecnologias menos poluidoras”.

Para proteger o ambiente, tutelar recursos e o clima, sugere Bento XVI, é fundamental respeitar “normas bem definidas, também do ponto de vista jurídico e económico”, tendo em conta “a solidariedade devida aos que habitam nas regiões mais pobres da terra e às gerações futuras”.

O Papa alerta para “os perigos que derivam do desleixo, se não mesmo do abuso, em relação à terra e aos bens naturais que Deus nos concedeu” e elenca um conjunto de problemáticas que derivam de fenómenos como as alterações climáticas: “A desertificação, a deterioração e a perda de produtividade de vastas áreas agrícolas, a poluição dos rios e dos lençóis de água, a perda da biodiversidade, o aumento de calamidades naturais, a desflorestação das áreas equatoriais e tropicais”.

Bento XVI fala também dos “refugiados ambientais”,, ou seja, “pessoas que, por causa da degradação do ambiente onde vivem, se vêem obrigadas a abandoná-lo – deixando lá, muitas vezes, também os seus bens – tendo de enfrentar os perigos e as incógnitas de uma deslocação forçada”.

O acesso a recursos naturais, acrescenta, está na base de “conflitos, já em acto ou potenciais” e as questões ambientais “têm um impacto profundo no exercício dos direitos humanos, como, por exemplo, o direito à vida, à alimentação, à saúde, ao desenvolvimento”. [Direito ao descanso depois de seis dias de trabalho]

“Infelizmente temos de constatar que um grande número de pessoas, em vários países e regiões da terra, experimenta dificuldades cada vez maiores, porque muitos se descuidam ou se recusam a exercer sobre o ambiente um governo responsável”, lamenta.

Respostas verdes

Para Bento XVI, é preciso encorajar as pesquisas que “visam identificar as modalidades mais eficazes para explorar a grande potencialidade da energia solar”.

“A mesma atenção se deve prestar à questão, hoje mundial, da água e ao sistema hidrogeológico global, cujo ciclo se reveste de primária importância para a vida na terra, mas está fortemente ameaçado na sua estabilidade pelas alterações climáticas”, acrescenta.

Na mensagem pode ler-se que "um dos nós principais a enfrentar pela comunidade internacional é, sem dúvida, o dos recursos energéticos, delineando estratégias compartilhadas e sustentáveis para satisfazer as necessidades de energia da geração actual e das gerações futuras".

O Papa fala ainda da importância de “estratégias de desenvolvimento rural centradas nos pequenos agricultores e nas suas famílias”, bem como de “políticas idóneas para a gestão das florestas, o tratamento do lixo, a valorização das sinergias existentes no combate às alterações climáticas e na luta contra a pobreza”.

“São precisas políticas nacionais ambiciosas, completadas pelo necessário empenho internacional”, observa Bento XVI, convidando a “sair da lógica de mero consumo para promover formas de produção agrícola e industrial que respeitem a ordem da criação e satisfaçam as necessidades primárias de todos”.

A questão ecológica não deve ser enfrentada apenas por causa das pavorosas perspectivas que a degradação ambiental esboça no horizonte; o motivo principal há-de ser a busca duma autêntica solidariedade de dimensão mundial, inspirada pelos valores da caridade, da justiça e do bem comum”, prossegue. [Nova Ordem Mundial?]

Novos modelos

O Papa considera que a crise ecológica “oferece uma oportunidade histórica para elaborar uma resposta colectiva tendente a converter o modelo de desenvolvimento global segundo uma direcção mais respeitadora da criação e de um desenvolvimento humano integral”. [Oportunidade de respeitar a criação diante a proposta de Bento XVI]

Por isso, a mensagem assinala que não se pode avaliar a crise ecológica “prescindindo das questões relacionadas com ela”, desafiando a “uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento” e “o sentido da economia e dos seus objectivos, para corrigir as suas disfunções e deturpações”.

A humanidade tem necessidade de uma profunda renovação cultural, precisa de redescobrir aqueles valores que constituem o alicerce firme sobre o qual se pode construir um futuro melhor para todos”, escreve Bento XVI. [Que valores? Os Mandadamentos Católicos]

Segundo o Papa, as várias situações de crise que o mundo atravessa - de carácter económico, alimentar, ambiental ou social – “são também crises morais e estão todas interligadas”. [Ratifica o comentário anterior]

A degradação ambiental, indica, “põe em questão os comportamentos de cada um de nós, os estilos de vida e os modelos de consumo e de produção hoje dominantes, muitas vezes insustentáveis do ponto de vista social, ambiental e até económico”. [O domingo têm-se convertido em um dia de consumo, por que não mudar para um dia de descanso, tomando um dimensão ecológica?]

Retomando o que escrevera na sua terceira encíclica, Caritas in veritate, Bento XVI precisa que “os deveres para com o ambiente derivam dos deveres para com a pessoa considerada em si mesma e no seu relacionamento com os outros”. [Sua encíciclica apela para todos os comentários]

O Papa encoraja a educação para “uma responsabilidade ecológica” que salvaguarde “uma autêntica «ecologia humana» e consequentemente afirme, com renovada convicção, a inviolabilidade da vida humana em todas as suas fases e condições, a dignidade da pessoa e a missão insubstituível da família, onde se educa para o amor ao próximo e o respeito da natureza”. [Família, Ecologia e Domingo, um trio perfeito]

Bento XVI não deixa de referir que a Igreja “exprime perplexidades acerca de uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo”, considerando que “tal concepção elimina a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres vivos”.

Em conclusão, o Papa afirma que “proteger o ambiente natural para construir um mundo de paz é dever de toda a pessoa”, vendo no combate à actual crise “uma oportunidade providencial para entregar às novas gerações a perspectiva de um futuro melhor para todos”.

Fonte Agência Ecclesia

Nota: A família, a ecologia e a humanidade devem ter protegidas, exaltando seus valores, mas para isso Deus determinou um dia que não é o domingo, mas o sábado. Êxodo 20: 8-11.