16 setembro 2009

"Minilateralismo", a estratégia certeira para a América de Obama (IISS)

A América de Barack Obama, temporariamente enfraquecida pela crise econômica, continuará sendo a maior potência do mundo se mantiver uma lógica "minilateral" de alianças variáveis, avaliou nesta terça-feira, em Londres, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês).

O "minilateralismo" (por oposição ao "unilateralismo" dos anos Bush) consiste em "reunir o número certo de países para resolver um problema específico em diversas temáticas e em vários palcos", explicou o respeitado centro de análises políticas e militares em seu relatório anual 2009 ("Strategic Survey").

Esta posição pode até se tornar uma marca da presidência Obama, observou o diretor da IISS, John Chipman, ao apresentar o documento à imprensa.

Chipman citou como elementos de prova desta nova perspectiva americana as diversas convocações do G20 para tratar da crise econômica, a política da mão estendida aos países muçulmanos para associá-los à resolução do conflito israelense-palestino e da crise relacionada ao programa nuclear iraniano, a multiplicação das cúpulas sobre o aquecimento global, e a decisão inédita de Obama de presidir, no fim deste mês, uma conferência sobre a não proliferação nuclear no Conselho de Segurança da ONU.

"No âmbito nacional, Obama fez campanha no tema 'yes, we can', mas no cenário internacional ele pode acabar sendo levado cada vez mais a dizer 'no, we can't', a menos que consiga convencer um número crescente de países a dividir suas ideias e seu fardo", explicou o IISS.

Este é o único caminho para que "a política externa americana possa, nestes tempos difíceis, adiar ou inverter a teoria do declínio que alguns talvez tenham se apressado demais em mencionar", analisou.

Para o IISS, os Estados Unidos até saíram reforçados da crise econômica provocada em grande parte por eles.

"A crise mostrou a amplitude dos recursos que os Estados Unidos podem mobilizar para resolver uma situação. Assim, de alguma forma, a crise financeira reforçou o domínio americano, em vez de afetá-lo", afirmou.

"Os Estados Unidos têm mais capacidade que a China de reunir coalizões em torno de seus pontos de vista", destacou o instituto...

Fonte Último Segundo

Nota: Para aqueles que pensavam que o domínio americano sobre o mundo estaria em sua fase final, se enganaram, este artigo mostra que a crise financeira poderá fortalecer os EUA ao invés de enfraquecê-los. Desta forma, a crise financeira veio para permitir uma união dos países ricos em torno dos pontos de vista americanos, e reforça a ideia de que Obama terá um papel fundamental na profecia.