07 agosto 2009

Eucaristia deve alentar vontade mais decisiva, diz cardeal

Dom Geraldo Agnelo aponta missa como fortalecimento da coerência cristã

SALVADOR, quinta-feira, 6 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- O arcebispo de Salvador (Brasil), cardeal Geraldo Agnelo, afirma que a participação com fé na eucaristia deve promover uma “vontade mais decisiva” no testemunho da coerência cristã.

No contexto do Evangelho desse domingo, o cardeal explica –em artigo enviado a Zenit na terça-feira– que, “com a multiplicação dos pães e a apresentação de Jesus como o pão da vida começa a revolução silenciosa de Cristo que transforma por dentro as pessoas e pode mudar o mundo”.

Ao encontrar Jesus na sinagoga de Cafarnaum, as pessoas procuram “o pão material, e Jesus fala do espiritual”.

Dom Geraldo destaca que os chefes religiosos de Cafarnaum recordaram-se do maná que tinha nutrido os seus antepassados no deserto do Sinai.

“Os botânicos classificam o maná como arbusto típico do deserto. Cresce em condições difíceis, útil para nutrimento em situações desfavoráveis. Consideravam os hebreus um portento, um grande dom de Deus”. “Os hebreus consideraram o maná como pão do céu”, explica.

Segundo o arcebispo, os galileus, “recordando-se do passado, disseram a Jesus: Moisés nos deu o maná, o pão do céu, e tu o que nos dás?”

“Mas Jesus esclarece: ‘Moisés não vos deu o pão do céu, mas é o meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu’. Eis aqui o pão verdadeiro que o Pai vos dá hoje, o dá para a fome dos homens hoje.”

“Mas os galileus não tinham compreendido”, recorda o arcebispo. “Então Jesus revelou a verdade escondida: ‘Eu sou o pão da vida; quem vem a mim não terá mais fome’. Com este modo explícito, mas tão obscuro, Jesus começava a preparar os seus discípulos para o mistério indizível da Eucaristia”.

“Para nós, depois de dois mil anos de reflexão, é menos difícil compreender. Sabemos: o Verbo encarnado queria tornar-se o “Deus conosco” para sempre, ficar conosco de modo visível e sensível sempre, e a Eucaristia foi a misteriosa, extraordinária modalidade por ele escolhida”, afirma o cardeal Agnelo.

O arcebispo de Salvador reconhece que há “grande fadiga para distinguir o pão material daquele que nutre o espírito”.

“Jesus na Última Ceia dirá: ‘Tomai e comei, isto é o meu corpo...’ Pedro e os apóstolos acreditaram. Ao longo dos séculos sempre há no mundo tantas pessoas de fé em torno de Jesus. E continua a crescer o número.”

“Cada domingo, dia do Senhor, em tantas comunidades eclesiais os cristãos se encontram para fazer comunhão com o Senhor ressuscitado, e fazer comunhão entre si.”

Terminada a missa –indica o arcebispo– “nós, se participamos com fé, voltamos a nossas casas com ideias mais claras e com vontade mais decisiva, para um empenho de coerência cristã”.

Dom Geraldo cita Paul Claudel: “Quando tiveres Deus no coração, possuirás o Hóspede que não te dará mais repouso” e o Cura d’Ars: “Não sou digno de recebê-lo, mas tenho necessidade dele”.

Fonte Zenit

Nota: Entenderam o recado?