06 agosto 2008

Líderes religiosos criticam banalização da religião no Egito

Rodrigo Durão CoelhoDa BBC Brasil no Cairo

Gravações do Corão são tocadas em todos os lugares no Egito
O hábito de escutar ininterruptamente gravações de versos do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, vem se tornando tão comum em cidades egípcias que recebeu críticas até de líderes religiosos.

Eles estariam combatendo o que percebem ser uma forma de banalização da religião, citando um verso do Corão que estipula que o ouvinte deve se manter em silêncio e meditando toda vez que ouvir as palavras do livro.

"Levantamos a questão várias vezes durante nossos serviços religiosos, mas as pessoas continuam fazendo isso", diz Sair Nour Mohamed, imã de uma mesquita no Cairo.
"Acredito que isso seja decorrente de seus estados psicológicos", diz ele.

24 horas por dia

Alguns analistas afirmam que o hábito é o resultado de insegurança dos egípcios com aspectos cotidianos de suas vidas.

O taxista Ahmed diz que se sente protegido quando escuta sem parar os versos sagrados, gravados em uma fita cassete, enquanto dirige seu carro pelo caótico trânsito do Cairo.

"Tive quatro acidentes no ano passado, mas poderia ter tido mais se não fosse o Corão", diz ele.
Além de servir para proteção pessoal, escutar os versos poderia ser também um estímulo para se seguir um estilo de vida mais conservador na sociedade egípcia.

Um café no centro do Cairo, por exemplo, passou a sintonizar continuamente um canal de TV que transmite as passagens do livro.

O local era considerado um ponto de encontro de jovens casais, mas segundo um empregado do local, a presença ao fundo dos versos "lembra a eles que o que estão fazendo é religiosamente errado".

Caminhando pelas ruas da capital egípcia, é difícil não escutar os versos, sejam saídos dos alto-falantes de mesquitas que chamam os fiéis para rezar, de restaurantes, veículos ou mesmo de celulares. Baixar versos e os usar como toque de chamada nos telefones é prática bastante comum.

"Você não pode escutar isso 24 horas por dia e garantir que está prestando atenção", diz a tradutora Maha Amar.

Fenômeno

O hábito seria mais um sinal, ao lado do véu para as mulheres e da zebiba (hematoma na testa, sinal de que a pessoa tocou o chão várias vezes ao rezar) do aumento da religiosidade pelo qual a sociedade egípcia está passando.

Em junho, um importante clérigo chegou a pedir para que as pessoas não usem as obrigações religiosas como desculpa para a falta de produtividade.

"O fenômeno do aumento da religiosidade começou durante o governo de Anwar Sadat e aumentou durante o de Mubarak (em 1981), já que os dois regimes permitiram que a religião se tornasse a única esfera aberta para expressão", afirma o analista Amr Chobaki, especializado na Irmandade Muçulmana, o maior grupo de oposição do país.

"Todos os outros campos estão fechados. Não existem partidos políticos reais ou sindicatos, e as organizações não-governamentais são constantemente ameaçadas", afirma ele.

Para o analista, o fenômeno é superficial, não representando um aumento real de valores espirituais.

"É apenas uma sociedade conservadora que está se tornando cada vez mais intolerante para com as outras religiões e muçulmanos mais liberais", diz ele.

Nota: A Religião está sendo banalizada de forma geral e são poucos os que conseguem perceber isso. Hoje o movimento que acontece no Egito com o Islamismo é o mesmo que acontece com o cristianismo pelo Brasil. Ser evangélico hoje no Brasil se resumiu em usar uma camiseta com frases bíblicas, colocar um adesivo no carro falando de Deus, não beber, não fumar, e outras demonstrações que não enriquece o cristianismo em nada. Alguns podem argumentar que pertencer a uma igreja é melhor do que pertencer ao mundo. Concordo plenamente, porém o simples fato de pertencer a uma igreja, andar com a Bíblia, usar uma camiseta falando do amor de Cristo, trocar a letra de uma música secular e colocar letra religiosa, ouvir as músicas com letras evangélicas sem pensar no estilo do ritmo que está sendo usado, ou qualquer outra forma que tem sido usada pelos evangélicos para demonstrar sua fé, não significa está pertencendo ao povo de Deus, por mais verdadeira que seja a igreja, digo isto até para os adventistas, ser cristão não é isso. Ser cristão é viver como Cristo viveu. É deixar Deus ser Senhor em nossa vida. Muitos aceitam prontamente Cristo como Salvador, mas estão longe de aceitar-lo como Senhor.

Freqüentar uma igreja evangélica é considerado "chique" para alguns. Estamos vendo o número de evangélicos crescendo muitíssimo, porém bem poucos estão levando a religião a sério. A maioria está brincando de ser cristão. Simplesmente brincando. Eis aí o perigo.

Nos primórdios da igreja primitiva Satanás combateu o cristianismo com a perseguição, porém quanto mais ele combatia, mas ele crescia. Nos dias atuais ele pôde perceber que não adianta combater com a perseguição, então ele permite que muitos façam parte do mundo evangélico, porém ele os impede de se achegar a Deus com humildade de espírito e aceitar-lo como Senhor, Maravilhoso Conselheiro. Eis o motivo de existe grande número de divórcios, fornicações, adultérios, desavenças, divisões, prostituições, ódios, intrigas, fofocas, brigas entre casais, brigas entre membros de igrejas, são tantas as notícias que chegam que às vezes fico a pensar: “Será este o povo que Deus quer salvar”? Pois é irmão, é sim este povo, mas precisamos cair de joelhos diante de Deus agora para permitir que Ele mude o nosso coração, caso contrário, estaremos unidos com Satanás para perseguir aqueles que caírem de joelhos diante de Deus solicitando um novo coração.