16 julho 2008

OMC: 'nuvem negra' sobre a economia15

Em seu relatório anual divulgado nesta terça-feira, a Organização Mundial do Comércio (OMC) alerta para os riscos de um novo fracasso nas negociações da Rodada Doha, cujo intuito é reduzir as barreiras ao comércio mundial. Segundo o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, se as conversações não avançarem, "mais uma nuvem negra" poderá se estabelecer sobre a economia internacional. A Rodada Doha teve início em 2001, mas está sem acordo até agora devido a divergências entre os países ricos e os emergentes nas questão dos subsídios agrícolas.
No documento, a OMC argumenta que a atual crise econômica internacional poderá frear a expansão do comércio mundial em 2008. Enquanto as previsões iniciais apontavam um crescimento de 4,5% nas exportações, a revisão agora espera um número bem abaixo desse percentual. "Uma desaceleração maior do que a projetada na economia mundial pode reduzir o crescimento do comércio para uma taxa significativamente abaixo dos 4,5% previsto", diz o relatório.

A entidade destaca como fatores preponderantes para esse cenário a queda nas demandas dos Estados Unidos, Japão e Europa. Lamy aproveitou o relatório para fazer um pedido aos países-membros da OMC, em prol dos avanços nas negociações de Doha. "Apelo para que todos os governos se unam diante do cenário negro para a economia e que isso se traduza na conclusão da Rodada Doha", escreveu. "As nuvens negras que existem hoje no cenário internacional não são causadas pelo comércio. Mas a conclusão da Rodada seria um sinal político importante. Não vai tirar as nuvens negras do caminho. Mas se não concluirmos as negociações, vamos adicionar mais uma nuvem no horizonte", pregou.

Bolsas – Os crescentes temores em relação ao mercado financeiro fizeram com que as bolsas européias fechassem em queda nesta terça-feira. De acordo com dados preliminares, o FTSEurofirst 300, que reúne papéis das principais empresas européias, caiu 1,88%, chegando aos 1.112 pontos. O índice, que chegou a perder mais de 3%durante o pregão, fechou no menor nível desde maio de 2005.

"A crise imobiliária americana está piorando, e está agora se espalhando do segmento de alto risco para o segmento de baixo risco, com os bancos regionais sendo atingidos", disse Marie-Pierre Peillon, chefe de pesquisa de ações do grupo de consultoria Groupama Asset Management.

Fonte Veja Online