03 junho 2008

Ministro do Meio Ambiente diz que desmatamento aumentou no país e o pior ainda está por vir

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, admitiu hoje, em entrevista coletiva, que houve aumento no desmatamento no País. Ele citou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostram que foram desmatados 4.964 km² de agosto de 2006 a julho de 2007 - um período de 12 meses -, enquanto que, de agosto de 2007 a abril de 2008 (nove meses), a devastação florestal foi de 5.850 km². "E o pior está por vir", disse o ministro, referindo-se ao fato de que os meses em que há mais queimada e mais desmatamento na Amazônia são os meses de maio (ainda não incluído nas estatísticas), junho, julho e agosto.

Há duas semanas, ainda antes da posse, Minc anunciou que os dados que seriam divulgados pelo Inpe mostrariam que Mato Grosso, mais uma vez, era o Estado campeão do desmatamento. Hoje, na entrevista, o ministro reconheceu que houve queda na derrubada de árvores em Mato Grosso: em 2003, houve no Estado um desmatamento de 11 mil quilômetros quadrados, e em 2007 essa área caiu para 2.700 km². Minc disse que conversou hoje com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), e lhe transmitiu elogios pela redução. Acrescentou, na entrevista, que Mato Grosso foi o Estado que mais reduziu o desmatamento.


Minc informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará decretos criando duas reservas ambientais incluídas em um projeto chamado "Paredão Verde". As reservas funcionarão como uma espécie de muralha contra o desmatamento, porque, segundo o ministro, o território delas terá início imediatamente após áreas que tenham sido desmatadas, para impedir que o processo tenha continuidade. O ministro do Meio Ambiente disse que seu colega da Justiça, ministro Tarso Genro, lhe prometeu que fornecerá 500 agentes especializados em combate a crimes ambientais.